O secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, e o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão nesta terça-feira (11). A informação foi confirmada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao portal G1.
— Se me perguntarem se houve uma debandada hoje houve — afirmou o ministro ao explicar que a resposta às saídas será o avanço das reformas.
Segundo Guedes, Mattar afirmou que estava insatisfeito com o ritmo das privatizações, área da qual era responsável. Já Uebel atuava na reforma administrativa.
Escolhido para ser secretário em novembro de 2018, o empresário Salim Mattar, um dos fundadores da Localiza, comandou a agenda de gestão de estatais, enxugamento de quadros de funcionários, e também a política de desinvestimento de empresas públicas, como a venda de participações.
A secretaria de privatizações assumiu as funções que eram do Ministério do Planejamento, que foi fundido à Fazenda.
Já Paulo Uebel, assim como Caio Megale, que também já deixou a pasta, veio do governo de João Doria (PSDB), quando o tucano ainda era prefeito da cidade de São Paulo.
O advogado gaúcho Uebel foi secretário de Gestão de Doria e também foi presidente-executivo do Lide, empresa de eventos fundada pelo governador de São Paulo, e foi diretor do Instituto Millenium, um think tank de difusão de ideias liberais, onde se aproximou de Guedes.
A ida de Uebel para a esfera federal era uma tentativa de implantar em maior escala o que iniciou na prefeitura de São Paulo em 2017 e 2018: um programa de enxugamento de gastos da máquina pública, com renegociação de contratos, corte de gastos considerados desnecessários e controle de produtividade de funcionários públicos.
Outros quatro secretários já deixaram a pasta: Marcos Cintra, que atuou como secretário da Receita Federal; Caio Megale; ex-diretor do programa da Secretaria Especial de Fazenda; Mansueto Almeida; que foi secretário do Tesouro Nacional; e Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil.