O advogado Frederick Wassef, dono do escritório em Atibaia (SP) onde Fabrício Queiroz foi preso no último dia 18, deu nova versão sobre os fatos. Em entrevista à Revista Veja, publicada nesta sexta-feira (26), Wassef afirmou que escondeu o ex-assessor para "proteger" o presidente Jair Bolsonaro.
Inicialmente, Wassef repetiu à Veja o que já vinha falando anteriormente à imprensa, sobre ter ajudado Queiroz por solidariedade, já que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro tem câncer. O advogado disse que imaginou "o que seria para aquela pessoa. De repente, não está mais com os seus amigos, doente e assediada":
— O presidente Bolsonaro simplesmente cortou contato ou relação com Fabrício Queiroz. Da mesma forma o senador Flávio Bolsonaro se distanciou completamente.
O advogado não quis esclarecer se foi ele quem ofereceu ajuda ou se a ajuda foi pedida pelo próprio Queiroz. Ao providenciar um esconderijo, Wassef afirmou que impediu que Queiroz, que estaria jurado de morte por "forças oculta", fosse assassinado. Além de salvar uma vida, teria evitado que a eventual morte fosse colocada nas costas da família Bolsonaro, como uma ação de queima de arquivo.
— Eu tinha a minha mais absoluta convicção de que ele seria executado no Rio de Janeiro. Além de terem chegado a mim essas informações, eu tive certeza absoluta de que quem estivesse por trás desse homicídio, dessa execução, iria colocar isso na conta da família Bolsonaro. Havia um plano traçado para assassinar Fabrício Queiroz e dizer que foi a família Bolsonaro que o matou em uma suposta queima de arquivo para evitar uma delação — disse à Veja.
— O MP e a Justiça do Rio deveriam me agradecer por proteger uma testemunha importante — completou.
O advogado representava Flávio Bolsonaro no caso que investiga a suspeita de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele deixou a defesa do senador após a prisão de Queiroz. Em pelo menos duas ocasiões no ano passado, Wassef afirmou desconhecer o paradeiro de Queiroz.
Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de "rachadinha" na Alerj, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. "Rachadinha" é quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.