O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um pronunciamento no início da sessão do Plenário desta terça-feira convocando a "pacificação dos espíritos", a preservação da democracia e a luta contra o coronavírus.
— Faço desse momento um convite à pacificação dos espíritos, vigilantes, e desarmados de preconceitos de qualquer ordem, temos que trabalhar pelo Brasil — declarou Maia.
Sem citar nomes, o presidente da Câmara cobrou “maturidade” e “consciência” dos poderes para o enfrentamento da crise e destacou que o maior desafio pós-pandemia será a reconstrução da economia.
— O povo brasileiro espera que cada um de nós, detentores de mandatos públicos, tenhamos consciência do papel a desempenhar na busca de soluções para enfrentar o vírus. Espera de nós maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade. Vencida essa etapa, ficará um legado de imensos desafios a enfrentar, e o primeiro deles é a reconstrução da nossa economia — disse Rodrigo Maia.
Maia também reiterou seu compromisso com a constituição.
— É imprescindível cuidar da relação harmoniosa e independente entre os Poderes da República. É isso o que nos ordena a Constituição. A construção e a preservação da democracia exigem esforços diários, vigilância intensa e transparência — disse.
O presidente da Câmara ressaltou que que tem lidado com “prudência” em relação ao enfrentamento da crise e que tem buscado o diálogo com as instituições. Ele lembrou a conversa que teve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) há duas semanas.
— Nos momentos mais tensos das relações entre os poderes, mesmo criticado, sempre coloquei acima de tudo o interesse nacional. Nunca desisti de construir pontes e destruir muros. Devo dizer ainda que tenho tido por parte dos senhores ministros e ministras grande reciprocidade. Há duas semanas, estive com o excelentíssimo senhor presidente da República e deve dizer que fui recebido com elegância e cordialidade, como mandam os ritos — relembrou.
O presidente da Câmara lembrou que o mundo vive a mais grave crise sanitária e humanitária desde a Segunda Guerra Mundial e se solidarizou, em nome do Parlamento, com todas as famílias que perderam seus entes queridos ou têm parentes internados em razão dacovid-19. Ele também elogiou a atuação dos profissionais de saúde e ressaltou que o isolamento social não é o responsável pela crise econômica.
— A quarentena e o isolamento social não são culpados, quem derrubou nossa economia foi o vírus. O distanciamento momentâneo das pessoas salva vidas.
Defesa da imprensa
No pronunciamento, Maia também defendeu o papel da imprensa na democracia, um dia depois de veículos de comunicação suspenderem temporariamente a cobertura jornalística no Palácio da Alvorada por falta de segurança aos profissionais de imprensa.
No plenário, Maia, que não citou o episódio, ressaltou a relação "constante e construtiva" do Congresso com a imprensa e disse receber "críticas e análises com humildade".
— Porque todos sabemos o importantíssimo papel da imprensa livre, e dos profissionais de imprensa, na consolidação da democracia.
Mais tarde, Maia reiterou a mensagem de união via rede social.