O deputado Rui Falcão (PT-SP) apresentou uma reclamação disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol e outros integrantes da Operação Lava-Jato no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que fiscaliza a atuação dos integrantes do órgão. Na peça, ele afirma que integrantes da força-tarefa "instrumentalizaram a punição da Petrobras" nos Estados Unidos (EUA) por causa do escândalo do petrolão em benefício próprio e de terceiros, como clientes do advogado Modesto Carvalhosa.
A estatal recebeu multa de US$ 685 milhões, nos EUA, que deveriam ser revertidos às autoridades brasileiras.
"Surpreendentemente, e em patente desvio de finalidade", diz o texto, "a força-tarefa costurou acordo com a Petrobras destinando 50% para a satisfação de eventuais condenações ou acordos com acionistas que investiram no mercado acionário brasileiro e ajuizaram ação de reparação, inclusive arbitragens", até outubro de 2017.
Falcão e seus advogados afirmam que houve "direcionamento de dinheiro público para acionistas específicos cujo advogado que seria beneficiado possuía e possui laços subjetivos com os procuradores". Os valores seriam de "aproximadamente R$ 1,5 bilhão".
O advogado nega que qualquer benefício tenha sido direcionado a ele ou a seus clientes.
— Antes de mim, vários advogados entraram com ações, duzentos advogados fizeram pedidos — disse — E as ações que foram promovidas por nós são muito anteriores a esse acordo — acrescentou.
— Nunca conversei com o Dallagnol a não ser em eventos. Nunca ligue, nunca troquei mensagens. Podem olhar todos os meus telefones — afirmou. — Estou à disposição — completou.