O PT considera uma provocação a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a Curitiba nesta sexta-feira (1º) para inaugurar uma delegacia para investigações de crimes financeiros e de corrupção na Superintendência da Polícia Federal (PF), onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde o dia 7 de abril de 2018.
— Essa visita é uma provocação indecente ao STF (Supremo Tribunal Federal), que está para julgar os crimes que Moro cometeu contra Lula — afirmou a deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, referindo-se ao julgamento de suspeição de Moro na condução do processo do triplex de Guarujá (SP).
— (A ida do ministro a Curitiba é uma) tentativa abjeta de desviar o foco dos casos (Fabrício) Queiroz e (ex-vereadora) Marielle (Franco). Ministro dos factoides no governo das fake news — seguiu.
— O modelo de combate à corrupção de Sergio Moro é conhecido: perdoou as penas dos verdadeiros corruptos em troca de delações contra seu adversário político — defendeu.
Os apoiadores do ex-presidente, concentrados na Vigília Lula Livre, fizeram um protesto contra o ministro.
A presença do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, também é esperada no evento e foi confirmada pela assessoria de Moro. A assessoria do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná não confirma a ida dele. A cerimônia, que começou às 15h, tem participações do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e do governador do estado, Ratinho Jr.
A Delegacia Modelo de Investigação e Análise Financeira fará parte da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF no Paraná e começou a ser implantada em fevereiro deste ano. Segundo a PF, o local contará com laboratório e empregará tecnologias de big data (análise de dados).