O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em transmissão ao vivo na noite desta quinta-feira (2) em suas redes sociais, que prefere a permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo ex-juiz federal Sergio Moro.
— Há um trabalho para que ele (Coaf) vá para o Ministério da Economia. No que depender de nós, ele fica no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, até porque é uma ferramenta na mão desse ministério para combater a lavagem de dinheiro e a corrupção.
No último domingo (28), Bolsonaro confirmou negociações com parlamentares para o retorno do órgão para o Ministério da Economia, onde estava até o final de 2018. A manobra seria uma condição de parlamentares para aprovarem a medida provisória editada em janeiro que redesenhou a Esplanada, reduzindo o número de pastas de 29 para 22.
Antes disso, na semana passada, o presidente disse que não se oporia a "voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar de o Paulo Guedes estar com muita coisa".
Após repercussão negativa no próprio Congresso e entre especialistas, ele mudou o discurso. Na última segunda-feira (29), o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente, "do ponto de vista pessoal", defendia a manutenção do Coaf na pasta da Justiça.
Nas redes sociais e entrevistas, Sergio Moro defende que o Coaf permaneça sob sua responsabilidade. No último sábado, em seu perfil pessoal no Twitter, afirmou que o “No combate ao crime, a integração é a chave”. Nessa semana, em um evento na capital mineira, Belo Horizonte, sustentou a posição e negou que manter o órgão em sua pasta tenha sido uma condição imposta a Bolsonaro para aceitar comandar o ministério.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras teve papel chave no caso de Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Um relatório do Coaf apontou movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor incompatível com o seu salário na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Entenda mais sobre o caso aqui.