Com o fim do primeiro mandato do prefeito Adiló Didomenico, o Mirante está buscando as entidades representativas da cidade para ouvir suas avaliações sobre os últimos quatro anos e as expectativas para os próximos anos. O segundo entrevistado é o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), Celestino Loro. Ele comentou que foi uma gestão que sofreu com as questões de calamidade pública e, com isso, houve poucas entregas.
— Uma administração que foi muito impactada, primeiro, pela pandemia, depois pelo episódio das enchentes, pela falta de recursos orçamentários, enfim. Essas avaliações me parecem que são do próprio prefeito (Adiló), que ele entende que, na gestão, houve limitações para fazer entregas — colocou Celestino.
O presidente do CIC também ressaltou como espera que o novo governo realize ações efetivas no setor da zeladoria da cidade, que entregue grandes obras que melhorem o fluxo dos veículos e que avance na implantação de um escritório em Brasília. Confira abaixo a entrevista completa. (Com Renata Oliveira Silva)
O PRIMEIRO GOVERNO
"Eu acho que a gente pode partir da avaliação que o próprio prefeito Adiló fez na campanha eleitoral: uma administração que foi muito impactada, primeiro, pela pandemia, depois, pelo episódio das enchentes, pela falta de recursos orçamentários, enfim. Essas avaliações me parecem que são do próprio prefeito, que ele entende que, na gestão, houve limitações para fazer entregas. Então, a partir desse olhar dele mesmo, a gente pode entender esses últimos quatro anos."
PRINCIPAIS DESAFIOS
"Nesses quatro anos, (o governo) superou todas essas adversidades, e a prefeitura está plenamente preparada para fazer as entregas que a cidade espera. Então, nós esperamos que, nesses quatro anos, a gente mude de patamar com relação à zeladoria da cidade, que é algo que ficou muito distante do aceitável. Que a gente tenha a realização e a entrega de obras estruturantes para a cidade. Faz muito tempo que nós não temos melhorias no trânsito, por exemplo, viadutos, perimetrais. Que a gente também avance em pautas estruturantes, por exemplo, privatização da Festa da Uva, que é algo que muito se falou e, infelizmente, não foi realizado. A ocupação da Maesa, que precisa ser entregue para a comunidade. Então, me parece que foram dadas as condições, repito, nas palavras do próprio então candidato, para que essas grandes entregas aí sejam realizadas."
OUTRAS PRIORIDADES
"Nós afirmamos isso inclusive na época da campanha. Para que as coisas aconteçam, a gente tem que partir de um pressuposto fundamental: termos projetos preparados e prontos para captação de recursos. É o primeiro ponto. Então, essas grandes obras que eu citei anteriormente nunca serão realizadas se não houver um projeto pronto, preparado para captar dinheiro. Em paralelo a isso, é necessário que se concretize um escritório de negócios em Brasília, para que a gente possa ter alguém lá, disponível e atuando em tempo integral na captação de recursos para esses grandes projetos que Caxias precisa. Então, para o movimento empresarial, essas são questões estruturantes e fundamentais para a sobrevida da cidade, para o futuro da cidade. Nós precisamos atrair grandes investimentos e, para isso, a gente precisa de infraestrutura. Precisa de mão de obra, precisa de gente treinada e preparada para trabalhar. Isso vai ser o que vai mover as engrenagens da economia. E a amplitude de captação de recursos, é importante a gente esclarecer isso, porque não é apenas captar para o viaduto, para perimetral. Não, é para a construção de escolas, para a construção de postos de saúde, para ampliação da rede hospitalar, ou seja, é captar recursos onde eles estão disponíveis."
PRÓXIMOS 4 ANOS
"Parece que Caxias tem que voltar a assumir o seu protagonismo de indutora do desenvolvimento da região, com muita responsabilidade, humildade e sabedoria. Caxias é a maior economia da região, a maior economia do interior do Estado, e ela precisa voltar a assumir esse protagonismo, tornar-se novamente atrativa para as pessoas. Eu tenho falado muito isso. Por muitos anos, nós acabamos perdendo pessoas, perdendo talentos que se deslocaram para o centro do país, para o Exterior. Nós precisamos voltar a ser atrativos e trazer talentos para cá. Perder não é exatamente o problema. O problema de não captar talentos é que você acaba ficando defasado. Então, esse contexto todo atrai investimentos, negócios, cultura, lazer, turismo e também atrai pessoas."