Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que sete funcionários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que passaram pelo gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) realizaram transferências bancárias para a conta do ex-policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz. Queiroz atuou como motorista e segurança do parlamentar e tem movimentações financeiras colocadas sob suspeita em documento do Coaf. O levantamento foi realizado pela revista Veja.
Os assessores movimentaram R$ 116.556 para conta de Fabrício José Carlos de Queiroz, no período entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Queiroz, que atuou como motorista de Flávio na Alerj, trabalhou cerca de 10 anos com o deputado. O motorista depositou R$ 94.812 nessa mesma conta. O relatório do Coaf foi produzido âmbito da Operação Furna da Onça, que culminou na prisão de 10 deputados estaduais do Rio no início de novembro. No entanto, Flávio não está entre os investigados na investida da Polícia Federal (PF).
O conselho emitiu alerta ao Ministério Público Federal (MPF) sobre movimentações acima de R$ 1 milhão na conta usada por Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Os nomes da mulher e da filha do ex-PM estão entre os citados no documento, que não detalha das datas dos repasses.
As transferências para a conta mantida por Queiroz são suspeitas, segundo o Coaf, pois, entre outros pontos, não têm ligação com atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica e a movimentação é "incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente". Queiroz recebia neste ano R$ 9.190 mensais, segundo a Alerj.
Flávio disse nesta sexta-feira (7) que "não tem nada a esconder de ninguém". Ele disse que conversou com Queiroz e que o motorista apresentou uma versão "plausível" para os repasses, destacando não haver ilegalidade no processo.