O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que os R$ 24 mil pagos pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz a Michele Bolsonaro, por meio de cheques, são referentes à quitação de uma dívida pessoal. As informações são do site O Antagonista.
O repasse dos R$ 24 mil foi revelado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo o órgão, foram identificadas transações anormais em uma conta bancária de Queiroz — que atuava como motorista e segurança no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito. Ele movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017.
— Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil — disse o presidente eleito.
Segundo Bolsonaro, Queiroz lhe fez 10 cheques de R$ 4 mil.
— Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção.
Bolsonaro disse ao Antagonista não lembrar do valor original, que depois se avolumou. Ele comentou também que não registrou a operação no imposto de renda.
O presidente eleito contou que Fabrício Queiroz é seu amigo. Eles se conheceram em 1984, na Brigada Paraquedista. Era soldado, depois passou no concurso da PM e, mais tarde, virou assessor no gabinete do filho Flávio.
Bolsonaro falou ainda que se surpreendeu com a identificação pelo Coaf de uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz — incompatível com sua renda. E disse que cortou o contato com o amigo até que ele se explique para o Ministério Público.