Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o melhor lugar para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência financeira que investiga operações bancárias suspeitas, é dentro de sua pasta.
A fala de Moro a jornalistas, nesta sexta-feira (26), em Belo Horizonte, Minas Gerais, foi uma resposta a um comentário feito por Jair Bolsonaro em um café com a imprensa na quinta (25), quando o presidente disse que não se opõe a devolver o conselho ao Ministério da Economia, de Paulo Guedes.
Moro afirmou que a decisão pertence ao Congresso, referindo-se à medida provisória que tramita no Senado com a proposta.
— Igualmente, eu também sou aberto a qualquer decisão que seja tomada no Congresso. O que não me impede de buscar convencer os parlamentares que o melhor lugar do Coaf é atualmente onde ele se encontra — disse ele.
O ministro chamou de "lenda urbana" a história de que ter o Coaf em suas mãos teria sido uma das condições para aceitar o ministério. A passagem do Conselho da Fazenda para a Justiça foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União no primeiro dia de governo. Moro completou dizendo que "tendo vindo, acha oportuno que ele fique".
O ministro afirmou que não há como combater organizações criminosas hoje no país sem foco em lavagem de dinheiro e sem retirar dos criminosos os recursos que ajudam a manter as operações ilegais:
— É importante ter esse órgão de inteligência. Nós entendemos que estamos fortalecendo o Coaf, aumentando o número de pessoas dentro do Coaf, e que dentro do Ministério da Justiça temos melhores condições de integração do Coaf com esses órgãos de segurança — defendeu.