Responsável pelo novo pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar suposto "ativismo judicial" em tribunais superiores, a chamada CPI da Lava-Toga, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) afirmou que há uma "uma pressão violenta, especialmente por parte do STF", com o procedimento. Ao citar que a CPI está prevista na legislação, o parlamentar declarou que a situação "preocupa muito sob ponto de vista da estabilidade da democracia".
— Nosso objetivo essencialmente é levar transparência à cúpula do Poder Judiciário, porque é notório, o Brasil inteiro sabe, que nós temos problemas seriíssimos naquela corte — disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (20). — Nós tivemos uma renovação de 85% no Senado, a maior da história, e esse pessoal chegou com discurso de coragem, de renovação e transparência. Então não é possível que na primeira demanda, confronto, você vai entregar para a sociedade covardia e traição — enfatizou.
Vieira reuniu 29 assinaturas de senadores, duas a mais do que limite mínimo regimental. Treze fatos foram determinados no requerimento, sendo cinco com o ministro Gilmar Mendes como alvo. Entre as irregularidades do ministro estão, segundo Vieira, atuação em situação de impedimento e abuso de pedidos de vista. O ritmo dos trabalhos deverá ser ditado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que recentemente disse que o momento é de "evitar um embate desnecessário entre os Poderes".
Para Vieira, não existe crise entre os poderes, "existe crise de poderosos que se achavam absolutamente imunes a qualquer tipo de controle":
— Não é assim que funciona. Ninguém está acima da lei. Mesmo o ministro do STF não pode estar acima da lei.