Dada como certa desde a semana passada, a exoneração do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, não foi publicada na edição regular desta segunda-feira (18) do Diário Oficial da União - que pode ter uma edição extra ao longo do dia. No sábado, o próprio ministro havia afirmado que "a tendência" é que ele seja exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O general da reserva Floriano Peixoto é o mais cotado para assumir o cargo.
Bebianno tornou-se o centro de uma crise no governo depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou a existência de um suposto esquema de candidaturas laranjas no PSL, que foi presidido pelo ministro entre janeiro e outubro de 2018. Ata de reunião do partido delegou a ele a responsabilidade pelos repasses de recursos públicos usados pelos candidatos.
A crise se agravou na quarta-feira (13), quando um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro, publicar no Twitter que o então ministro havia mentido ao jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na véspera, o que negaria uma turbulência política no Planalto. Mais tarde, no mesmo dia, Carlos divulgou um áudio no qual o presidente da República se recusa a conversar com Bebianno.
Bolsonaro, que seguia para Brasília depois de passar 17 dias internado em São Paulo após cirurgia para reconstruir o trânsito intestinal, endossou a atitude do filho – e o fez publicamente, repostando a acusação de Carlos e dizendo em entrevista à TV Record que não havia conversado com o ministro. Na mesma entrevista, o presidente disse ter determinado a abertura de inquérito da Polícia Federal sobre o esquema de candidaturas laranjas de seu partido e que, se Bebianno estivesse envolvido, "o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens", ou seja, deixar o governo.