O presidente Jair Bolsonaro disse que determinou que a Polícia Federal (PF) investigue supostas candidaturas laranjas do PSL. Em entrevista ao Jornal da Record, nesta quarta-feira (13), o chefe do Executivo defendeu que, se as irregularidades forem comprovadas, os responsáveis devem ser punidos, inclusive seu ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno.
Durante a campanha eleitoral, Bebianno era presidente interino do PSL. Ele é apontado como responsável pela liberação de recursos do fundo partidário para campanhas fantasmas.
— Se estiver envolvido e, logicamente, for responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às origens — disse Bolsonaro sobre Bebianno.
O presidente reforçou a informação dada pelo filho Carlos e negou que tenha conversado com o Bebianno enquanto estava internado em um hospital de São Paulo.
— Em nenhum momento conversei com ele — enfatizou, acrescentando que se tivesse que falar com algum ministro sobre o assunto seria com Sergio Moro.
— Determinei que a Polícia Federal investigasse (o caso). Eu poderia ter dado um telefonema para o Sergio Moro. Sou o chefe dele, mas jamais farei isso. Muito pelo contrário, determinei ao Sergio Moro que, dentro da sua atribuição, se fosse possível, investigar e está sendo investigado.
O presidente da República disse que as pessoas precisam entender que não são todos os integrantes do partido que estão envolvidos em irregularidades, que são condenadas pelo governo:
— O partido... o partido...o pessoal tem de ter consciência que não são todos. É uma minoria do partido, que está aí nesse tipo de operação com a qual não podemos concordar.
Reforma da Previdência
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que vai bater o martelo sobre o texto da reforma da Previdência ainda nesta quinta-feira (14). Ele não quis cravar pontos da matéria, mas voltou a admitir a possibilidade de idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres.
— Amanhã, é a data final. Vamos bater o martelo sim, se Deus quiser — disse.
Cirurgia
Bolsonaro disse que a recuperação após o procedimento cirúrgico foi o momento mais difícil do processo, destacando que os profissionais de saúde fizeram um "trabalho de arte".
— Foi muito evasivo. O doutor Antonio Luis Macedo, que me operou, falou que não se lembra de ter encontrado um intestino com mais aderência do que o meu. Então, foi um trabalho de arte por parte do hospital Albert Einstein e do doutor Macedo.
Vice
Bolsonaro evitou polêmicas ao comentar a atuação de Hamilton Mourão como presidente em exercício logo após a cirurgia. No entendimento de Bolsonaro, Mourão foi bem no geral, deu algumas "escorregadas", mas que estará mais preparado para substituí-lo eventualmente com o passar do tempo.
— Ele passou com certa, no meu entender, tranquilidade, que pese alguns momentos em que ele dá uma escorregada diante da mídia — finalizou.