Futuro secretário estadual da Fazenda, o economista Marco Aurélio Cardoso fez, nesta terça-feira (4), sua primeira visita oficial à sede do órgão, no centro de Porto Alegre, para uma imersão nas contas do Estado. Até então, ele nunca havia pisado no local.
Por volta das 10h, foi recebido pelo atual titular da pasta, Luiz Antônio Bins, e pelo contador e auditor-geral do Estado, Alvaro Fakredin. A conversa foi na sala de reuniões anexa ao gabinete do secretário, no quinto andar do prédio, com vista para o Guaíba. O clima foi de cordialidade. Cardoso mais ouviu do que falou e se limitou a beber água (não quis café).
—Fiz questão de apresentar toda a equipe diretiva da Fazenda. Depois, disponibilizei uma sala para ele, ao lado do gabinete, para que pudesse conversar com todos. A transição começou muito tranquila e assim será até o fim. Estamos muito abertos, e ele também foi receptivo. Me causou boa impressão — contou Bins.
O tema principal do encontro, como não poderia deixar de ser, foi a situação financeira do Estado. O atual secretário diz ter falado "em linhas gerais" sobre as questões que considera mais importantes para o começo de 2019, da prorrogação das atuais alíquotas de ICMS ao plano de pagamento de precatórios, que recentemente foi recusado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Carlos Eduardo Zietlow.
Cardoso tirou dúvidas e anotou tudo, sem demonstrar surpresa. Ele também quis saber mais detalhes sobre os entraves nas tratativas do Estado para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal – as negociações se encontram emperradas desde que o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, exigiu a venda do Banrisul para fechar o acordo, como revelou ZH.
Na parte da tarde, o escolhido de Eduardo Leite (PSDB) para liderar uma das áreas mais complexas do Estado recebeu os titulares do Tesouro, da Receita Estadual e da Contadoria e Auditoria-Geral (Cage). Conversou com cada um por meia hora. Também ouviu integrantes da Junta de Coordenação Financeira e das supervisões de Administração, de Tecnologia da Informação e de Desenvolvimento Organizacional e Qualidade.
Procurado por GaúchaZH, Cardoso informou, por meio da assessoria de comunicação do futuro governador, que não falaria sobre a primeira passagem pela Fazenda, porque ainda está se inteirando sobre a secretaria e a realidade financeira do Rio Grande do Sul.