O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou que, caso eleito, vai acabar com a "fábrica de marajás" de servidores públicos, que usam a máquina pública para enriquecer. Esse mote, inclusive o uso da palavra marajá, ficou famoso durante a campanha presidencial de Fernando Collor de Mello, em 1989, que usava a alcunha de "caçador de marajás". A frase de Bolsonaro, proferida a jornalistas, nesta terça-feira (9), após gravar vídeos de campanha, ocorreu após questão sobre propostas para a reforma da Previdência.
— Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário X e tem um cargo de comissão que, depois de oito e dez anos, ele incorpora (no salário) o cargo de comissão. Vamos acabar com essa fábrica de marajás. Vamos fazer uma reforma da previdência justa — disse Bolsonaro, sem detalhar como vai combater esses casos.
Em entrevista à TV Bandeirantes, o candidato do PSL disse que, em um eventual governo dele, a reforma da Previdência será tratada "vagarosamente".
— Se você fizer com calma e devagar, você chega lá — afirmou, em entrevista gravada à tarde e exibida à noite no Jornal da Band, ao comentar sobre o ritmo de aprovação da reforma da Previdência.
— Não é como muitos querem. Não adianta querer botar remendo novo em calça velha.
Na avaliação do candidato, o grande gargalo da Previdência é o serviço público.
— Por exemplo, um homem do serviço público se aposenta hoje com 60 anos. Vamos botar 61. Você aprova. Se você botar 65 logo de cara, você não vai aprovar porque a esquerda vai fazer uma campanha enorme, dizendo, por exemplo, que no Piauí a expectativa de vida é de 69 anos de idade — afirmou.
Apoio do Congresso
Na entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que mantém conversas com políticos em busca de apoio no Congresso Nacional, em caso de ser eleito.
— Nós temos conversado e palavreado com 350 parlamentares — afirmou, em entrevista gravada à tarde e exibida à noite pela emissora.
O capitão reiterou ainda o desejo de ter o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como ministro da Casa Civil.
— No que depender de mim, sim, ele será ministro. Quando ainda estava engatinhando a questão da candidatura a presidente, há três anos, nós já conversávamos — contou.
Dentre as propostas que pretende implementar, Bolsonaro disse que deseja discutir um sistema de votação que permita a auditoria e que quer tipificar ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como terrorismo.
Ele pretende ainda fundir os Ministérios de Agricultura e Meio Ambiente para acabar com o "ativismo ambiental xiita" no Brasil.
O candidato sinalizou ainda discutir a redução da maioridade penal para 17 anos, e não para 16 anos como projetos que tramitam no Congresso.