Um tumulto envolvendo parlamentares e um simpatizante do deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) elevou a tensão em torno da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no final da manhã desta segunda-feira (9). A deputada estadual Manuela D’Ávila (PC do B) atendia militantes quando um homem se aproximou e pediu para tirar uma fotografia.
Ele colocou o braço sobre o ombro da deputada e gritou: “Aqui é Bolsonaro. Chupa!”. Rindo e gravando com o celular, o provocador se afastou e foi retirado do local por policiais militares. Militantes petistas e do MST reagiram, mas foram contidos por membros do próprio acampamento Lula Livre.
Manuela exigiu a pronta identificação do rapaz e esclarecimentos sobre como ele conseguiu furar o bloqueio da PM nos quarteirões ao redor da PF. Apenas parlamentares, jornalistas e moradores têm acesso liberado à região.
Ao lado do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Manuela foi até o prédio da PF, alegando que houve uma agressão e pedindo investigação. Eles foram orientados a formalizar a denúncia.
— É um absurdo. Ele não iria vir até onde eu estava e gritar por Bolsonaro se não tivesse certeza que poderia voltar (para a área guarnecida pela PM) — desabafou Manuela.
Mais cedo, a deputada e pré-candidata à Presidência participou de um ato político junto com parlamentares do PT. Eles pediram a liberdade do ex-presidente Lula e disseram que o acampamento permanecerá montado do lado de fora da PF até a soltura do petista.
O PT organiza nesta semana uma agenda internacional de eventos para denunciar a prisão de Lula. Manuela estará na quarta e na quinta-feira no Uruguai e na Argentina. A ex-presidente Dilma Rousseff está na Espanha, e o pré-candidato do PSOL à Presidência, Guilherme Boulos, tem viagem marcada para Portugal.
Está prevista a chegada de ônibus com mais manifestantes durante a tarde.
Lula está preso desde sábado, na Superintendência da Polícia Federal do Paraná.