Dois áudios vazados neste domingo (8) mostram vozes de pessoas não identificadas em comunicação com o avião que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de São Paulo para Curitiba, onde está preso desde sábado (7). Na primeira gravação, uma voz diz ao piloto: "Leva e não traz nunca mais". Na segunda conversa, um homem também não identificado pede: "Manda esse lixo janela abaixo".
O primeiro áudio, divulgado pelo portal R7, tem apenas 19 segundos. Uma pessoa não identificada pede ao piloto do avião monomotor que levava Lula:
— Leva e não traz nunca mais.
A segunda gravação, com um minuto de duração e exposta pela Revista Fórum, mostra um diálogo no qual um homem pede ordem na interação. O que foi falado antes não é retratado.
— Vamos falar só o necessário, estamos a trabalho aqui e vamos respeitar nosso trabalho. Obrigado — solicita.
Outro homem responde:
— Eu respeito, mas manda esse lixo janela abaixo aí.
Uma mulher entra na conversa e alerta:
— Pessoal, a frequência é gravada e pode ser usada contra a gente, então mantenham a fraseologia padrão na frequência, por gentileza — finaliza, dando seguimento a uma troca de informações conforme o padrão.
A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou a veracidade dos áudios, gravados no sábado na frequência da Torre de Congonhas, em São Paulo, e na da Torre Bacacheri, em Curitiba. No entanto, negou que as falas foram feitas por controladores de tráfego aéreo.
"As referências ao ex-presidente não foram emitidas por controladores de voo", afirmou a FAB por meio de nota publicada no Twitter às 22h deste domingo. A instituição disse que a frequência utilizada para essas comunicações aeronáuticas é aberta, para que todos na escuta "tenham conhecimento do que está ocorrendo no tráfego aéreo, condição importante para manutenção da segurança operacional".
Ainda segundo a FAB, quem estiver conectado pode interferir na conversa, apesar de as regras do tráfego aéreo orientarem que os usuários se identifiquem segundo a fraseologia padrão. "Lamentavelmente, nas gravações em questão, as frequências foram utilizada de modo inadequado por alguns usuários que se valeram do anonimato para contrariar essas regras”, finaliza o texto.