Apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a madrugada deste domingo (8) numa rua ao lado do prédio da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. Barracas foram montadas, e banheiros químicos foram instalados no local. Lula chegou na noite passada, de São Paulo.
O petista passou a primeira noite na chamada Sala de Estado Maior, no último andar do prédio, que foi organizada para que o petista comece a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Até 1h, alguns manifestantes contrários ao ex-presidente ainda passavam próximos ao local onde permanecia o grupo pró-Lula e havia xingamentos de ambos os lados.
Pela manhã, uma assembleia foi realizada pelos apoiadores do ex-presidente que definiu os próximos passos do movimento. Roberto Baggi, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e organizador do chamado Acampamento Lula Livre, disse que a vigília permanecerá por tempo indeterminado.
— No Brasil, as coisas só funcionam na base da pressão.
Também estão previstos acampamento em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e ato no Rio de Janeiro.
— Vamos exigir do STF a liberdade para Lula. Temos condições de resistir até a vitória final — afirmou Baggi.
Regina Cruz, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Paraná, garante que a manifestação será pacífica e ordeira.
— Nós vamos priorizar a lei do silêncio após 10 da noite. A gente já está respeitando o perímetro do interdito proibitório e também vamos respeitar os moradores da região.
No sábado (7), uma liminar da Justiça estadual do Paraná proibiu manifestações nas proximidades do prédio da PF.
Regina disse ainda que ônibus trazendo manifestantes de outros estados estão se deslocando para Curitiba. Os líderes do movimento também garantem que a orientação é não entrar em provocações com os manifestantes anti-Lula.