Dois dias após a determinação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo juiz Sergio Moro, o petista se entregou à Polícia Federal. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de reclusão por conta das investigações da Lava-Jato.
Após ser impedido por apoiadores de deixar o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente saiu a pé por volta das 18h45min até as viaturas da PF, que aguardavam do lado de fora. Acompanhado de um comboio da polícia, ele se dirigiu para a Superintendência da PF em São Paulo, onde realizou exame de corpo de delito às 19h43min. Em seguida, às 20h07min, Lula partiu de helicóptero em direção ao Aeroporto de Congonhas, onde chegou cerca de 10 minutos depois. Lá, ele pegou um voo para Curitiba (PR). No aeroporto, havia apoiadores do ex-presidente protestando em sua defesa, entre eles parlamentares.
A perícia é uma exigência legal para condenados antes do ingresso no sistema penitenciário, a fim de atestar a integridade física das pessoas e a não ocorrência de abuso de autoridade, mas geralmente é realizado no Instituto Médico Legal (IML).
Moro havia sugerido que o ex-presidente se apresentasse até às 17h da última sexta-feira (6). Entretanto, Lula passou duas noites no sindicato e fez seu último comício no começo da tarde.
Em Curitiba, Lula irá cumprir pena de 12 anos e um mês de prisão em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal.
Pedido de prisão
A determinação da prisão de Lula foi expedida na tarde de quinta-feira (5). A medida ocorreu logo após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) encaminhar à Justiça Federal do Paraná o ofício autorizando a execução provisória da pena do ex-presidente. No despacho, Moro pediu ao petista que se apresentasse à PF até as 17h desta sexta-feira (6), o que não ocorreu. O magistrado vetou a utilização de algemas "em qualquer hipótese".
A assessoria da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, na qual despacha Moro, esclareceu que Lula "não descumpriu ordem judicial" ao não se entregar no horário indicado no despacho. O período concedido pelo juiz federal era um "prazo de oportunidade", em virtude do cargo ocupado pelo petista.
Antes, a defesa do ex-presidente havia entrado com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém o ministro Felix Fischer negou. No início da noite, em mais uma tentativa para evitar a prisão do ex-presidente, a defesa do petista ingressou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF), que também foi negado pelo ministro Edson Fachin.
* Com informações da Agência Brasil