O helicóptero que trazia Luiz Inácio Lula da Silva de São Paulo pousou por volta das 22h no prédio da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente ficará preso. Diversas pessoas, contrárias e favoráveis à prisão, estavam na frente do prédio. Na hora do pouso do helicóptero, a polícia disparou bombas de gás e tiros de borracha contra apoiadores do petista. Conforme a PF, eles teriam tentado invadir o prédio. Oito pessoas ficaram feridas, sendo que três precisaram ser hospitalizadas. No meio do confronto, um policial militar foi apedrejado na cabeça.
Integrantes da Rotam, grupo de elite da Polícia Militar, fizeram um cordão na área que divide os dois grupos.
— Houve uma explosão, na verdade, duas explosões, no meio dos manifestantes. Com o efeito das explosões, eles avançaram contra o portão da Polícia Federal e esta, por sua vez, repeliu — afirmou o tenente-coronel Mário Henrique do Carmo, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com Carmo, os estouros ocorreram no momento que policiais e manifestantes negociavam área de interdição no entorno da PF.
A corporação ainda não identificou a origem as duas explosões no grupo petista, mas descartou envolvimento de manifestantes que apoiavam a Operação Lava-Jato, que protestavam no mesmo local.
— Os outros manifestantes estavam a cerca de 60 metros de distância soltando fogos para cima. Isso ficou bem identificado — disse o tenente-coronel. Segundo Carmo, imagens da PM e da imprensa serão analisadas para tentar identificar a causa das explosões.
Segundo o tenente-coronel Carmo, a PM reagiu aos ataques com balas de borracha enquanto a PF usou bombas de efeito moral. Os manifestantes, segundo o militar, lançaram pedras contra os policiais. Apesar do confronto, a PM nega que houve falhas no esquema de segurança no entorno da superintendência da PF.
— Nós fizemos desde o início a separação dos dois movimentos (pró e contra Lula) — explicou Carmo. —No momento em que a aeronave (que trazia Lula) se aproximou para executar o pouso, houve duas explosões e a Polícia Federal reagiu.
Às 18h43min deste sábado (7), o ex-presidente deixou o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP) a pé, embarcou em uma viatura e se entregou à Polícia Federal. Em discurso no começo da tarde, o ex-presidente já havia confirmado que iria se entregar — após a fala, ele foi carregado nos braços por apoiadores. Por volta das 17h, Lula havia tentado deixar o sindicato, mas militantes impediram que o veículo saísse do local.
Lula foi condenado na segunda instância da Justiça Federal, a uma pena de prisão de 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
* Com informações de Estadão Conteúdo