Uma jovem, de 19 anos, sobrinha da vereadora Marielle Franco (PSOL) — assassinada na quarta-feira (14) a tiros no Rio de Janeiro, junto com o motorista Anderson Pedro Gomes —, fez um apelo em uma postagem no Facebook: "Não inventem mentiras". A mensagem foi publicada no sábado (17), depois que uma série de postagens com informações falsas sobre a vida da parlamentar foram publicadas na internet.
Junto com um texto a jovem publicou uma foto de 23 de novembro de 1998, dia de seu nascimento. Na imagem Marielle, grávida de oito meses da filha Luyara, segura a sobrinha recém-nascida no colo.
"É ela, antes de ser a socióloga defensora dos direitos humanos e eleita a vereadora. Ela só era ela. A mãe, a filha, a irmã e a tia. A mãe mais durona que eu conheci. A mulher que construiu sua história durante todo esse tempo mas, que há dias atrás, teve sua vida ceifada sem nenhuma chance de defesa. Sem nem saber o porquê", escreveu a jovem.
A sobrinha pediu ainda que as pessoas não divulguem notícias negativas e falsas sobre a tia. "Tudo bem não gostar do seu partido ou de quem era ela. Tá tudo bem. Mas, por favor, não compartilhe áudios de outras pessoas dizendo que é minha tia. Por favor, não diga que ela era envolvida com o Comando Vermelho", desabafou.
A jovem pediu ao fim que as pessoas parem de comentar no perfil da filha de Marielle, que também tem sido alvo de ataques na internet. "Isso foi o cúmulo pra perceber o quanto as pessoas são insensíveis com a dor de uma filha. Por favor, respeitem a dor de todos, seja de quem for, apenas respeitem. E principalmente, não inventem mentiras sobre ela ou alguém da família achando que vai estar passando batido, porque não vai."
No sábado, Anielle Silva, irmã de Marielle, também publicou um texto dizendo que tomará providências contra falsas acusações que a vereadora assassinada nesta semana vem sofrendo. Ela declarou que não vai se calar e continuará defendendo a história da irmã. O PSOL também anunciou que irá entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A magistrada acusou Marielle de ser "engajada com bandidos".