
O PSOL anunciou neste sábado (17) que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A magistrada acusou Marielle Franco, vereadora carioca assassinada nesta semana, de ser “engajada com bandidos”. De acordo com a sigla, o texto deve ser protocolado no início da próxima semana.

A acusação foi feita pela desembargadora em uma publicação no Facebook. Na postagem, ela inicia o texto dizendo: “A questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’, ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa ‘longe da favela’ sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava”.
O post foi apagado posteriormente da rede social.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Marilia afirmou que não conhecia Marielle até a notícia da morte e que postou as informações com base em um texto de uma amiga. A desembargadora disse ainda que só estava se opondo à politização fruto da morte da vereadora.
— Outro dia uma médica morreu na Linha Amarela e não houve essa comoção. E ela também lutava, trabalhava, salvava vidas — afirmou ao jornal paulista.
O PSOL também comunicou que estuda possíveis ações contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM/DF), que divulgou neste sábado informações falsas sobre um suposto envolvimento de Marielle com o traficante carioca Marcinho VP.