Após elogiar os atos dos manifestantes durante a passagem da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos (PP) afirmou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta segunda-feira (26) que "há uma tolerância com as lideranças petistas", enquanto a sua declaração vem sendo alvo de críticas e ataques nas redes sociais. A senadora acusa os adversários de usarem sua frase com intenções políticas.
— Atirar ovo, levantar o relho, é para mostrar onde estamos nós, onde estão os gaúchos. Nós respeitamos, eles nunca nos respeitaram. E agora querem o nosso respeito. Era só o que faltava — disse a senadora no sábado (24), durante uma convenção do partido em Porto Alegre.
Em sua defesa, Ana Amélia citou a frase da senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, que disse em entrevista que seria preciso "matar gente" para prender Lula.
— Há uma tolerância com as lideranças petistas e o seu discurso de ódio e de divisão de classes. (...) Maximizar uma declaração minha dentro de uma convenção partidária é o uso com a intenção política de tentar colar em mim uma atitude que eu não tenho, que não tive e não terei. Estimular a agressão, o ódio, a violência, não é isso o meu lado. Mas quem semeia vento, colhe tempestade. E aí não pode reclamar.
Sobre o fato de ter elogiado o uso de relhos durante as manifestações, a senadora se defendeu afirmando que é somente um instrumento de trabalho de quem vive no campo.
— Levantar um rebenque não é um ato violento. Rebenque é um instrumento de trabalho do gaúcho, do campeiro. (...) Como a foice e o facão que são usadas nas manifestações dos aliados do partido que esteve no poder. Nós temos que ver as coisas na sua dimensão exata. A história do politicamente correto está sendo uma ditadura sobre a opinião e alguns casos servindo de pretexto para a ditadura da liberdade de expressão.
Confira a íntegra da entrevista da senadora:
Quando questionada sobre o fato de alguns manifestantes terem usado os relhos para agredir os apoiadores de Lula, Ana Amélia disse que esses relatos não chegaram até ela:
— Eu lamento profundamente e condeno a agressão dessa forma. Isso não é aceitável. (...) Eu não estava presente lá para estabelecer um juízo de valor do que foi feito e não foi feito.
Sobre as manifestações do PT a respeito dos ataques sofridos pela caravana, a senadora acusou os adversários de fazerem uso de discursos de ódio.
— O feitiço virou contra o feiticeiro. Nessa pregação de ódio agora estão experimentando do mesmo veneno, das mesmas pregações que fizeram ao longo do tempo. Mesmo diante deste cenário a senadora Ana Amélia jamais vai estimular qualquer ato de violência. Não cabe na minha regra moral, na minha atitude, na minha responsabilidade, qualquer gesto agressivo atribuído a mim.