O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou que o governo estuda a possibilidade de reforçar o orçamento das Forças Armadas que atuarão no Rio de Janeiro, Estado sob intervenção federal na segurança pública. Segundo ele, a primeira alternativa seria remanejar recursos já direcionados para Exército, Marinha e Aeronáutica, mas Meirelles não descartou que dinheiro de outras áreas do governo precise ser usado na intervenção.
— A princípio, estamos avaliando com o Exército a disponibilidade que já está no orçamento para as Forças Armadas, para ver se existe a necessidade de algum custo adicional. Os homens já estavam antes à disposição do Rio e vamos trabalhar para vermos se há custos além do que está previsto — afirmou.
Segundo o ministro, a eventual necessidade de envio de tropas ao Ceará obedecerá o mesmo raciocínio. Meirelles lembrou que o orçamento federal de 2018 já está no limite do Teto de Gastos, que é uma restrição constitucional.
— Portanto, qualquer despesa adicional tem de ser remanejada de outra área. Vamos olhar com muito rigor o orçamento que já existe para as Forças Armadas — completou.
Além do Ministério da Defesa, o Ministério do Planejamento também participa do debate sobre a necessidade de remanejamento dos recursos para a intervenção no Rio.
— Governar é definir prioridades e definir orçamento também é definir prioridades. Mas já estamos no Teto de Gastos, qualquer despesa adicional significará cortes em outras áreas — reafirmou.
Meirelles lembrou que o Rio já aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados para tentar equacionar sua grave crise financeira. Além da suspensão do pagamento das parcelas da dívida do Estado com a União por três anos, o governo fluminense já obteve um empréstimo bancário de R$ 2,9 bilhões a partir da penhora de ações da Cedae e negocia um novo financiamento lastreado nas receitas com os royalties de petróleo. Meirelles, no entanto, não detalhou o valor desse novo crédito.