A Brigada Militar (BM) confirmou que agentes de outros municípios do Estado serão convocados para fazer a segurança durante o julgamento de recurso do ex-presidente Lula, em Porto Alegre. A sessão está marcada para o dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Conforme a Secretaria de Segurança Pública, a medida foi definida, em reunião, nesta sexta-feira (12), entre o secretário Cézar Schirmer e o subcomandante da BM, coronel Mário Ikeda.
A partir da próxima semana, de forma gradativa, serão chamados agentes do Batalhão de Operação Especial de Santa Maria e de Passo Fundo, além de policiais que integram a Operação Golfinho, no Litoral. A Secretaria não divulgou o número exato de PMs que serão deslocados. Entretanto, reportagem de GaúchaZH apurou, na quarta, que, apenas do Litoral, virão 600 policiais.
Ainda conforme as informações da reportagem, os agentes ficarão seis dias na Capital. A Secretaria não detalhou o planejamento previsto, mas garantiu que, o Gabinete de Gestão Integrada, já tem planos para que o policiamento não seja prejudicado nas cidades de onde virão os PMs
A expectativa é de que sejam usados cães, tropas a cavalo, helicópteros e até atiradores de elite no topo dos prédios ao redor do TRF4. O esquema proposto é semelhante ao montado para o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, quando mais de 3 mil homens foram arregimentados.
O julgamento
O julgamento da apelação do ex-presidente no processo no qual foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro foi marcado pelo presidente da 8ª Turma do TRF4, desembargador Leandro Paulsen. A sessão ocorrerá 196 dias após a sentença de primeira instância, proferida por Moro em 12 de julho, quando Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão.
Na sentença original, Lula foi considerado culpado por ter recebido R$ 2,4 milhões em propina da construtora OAS: R$ 1,1 milhão na aquisição de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e mais R$ 1,3 milhão na reforma e decoração do imóvel, tendo ocultado e dissimulado as vantagens indevidas.
Em troca, teria direcionado à empreiteira contratos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima (RNEST). Além do tempo de reclusão, Lula foi condenado a pagar multa de R$ 669,7 mil.