Começa a avançar a organização do esquema de segurança para o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processo da Operação Lava-Jato, em Porto Alegre. Policiais militares que estão na Operação Golfinho, no Litoral Norte, serão deslocados para reforçar o efetivo que vai trabalhar no que já está sendo chamado nos bastidores de "Operação Lula".
No total, 600 PMs que são de Porto Alegre e foram cedidos à Operação Golfinho vão retornar à Capital. A previsão é de que eles fiquem na cidade por seis dias, voltando ao Litoral após o dia 24 – data do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O total de policiais envolvidos na operação não é informado. Procurada, a Secretaria Estadual de Segurança afirma que o assunto está sendo tratado pelo Gabinete de Gestão Integrada e que ainda não há nenhuma definição.
Reportagem de GaúchaZH já havia apurado que a expectativa é de que sejam usados cães, tropas a cavalo, helicópteros e até atiradores de elite no topo dos prédios ao redor do TRF4. O esquema proposto é semelhante ao montado para o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, quando mais de 3 mil homens foram arregimentados.
O julgamento
O julgamento da apelação do ex-presidente no processo no qual foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro foi marcado pelo presidente da 8ª Turma do TRF4, desembargador Leandro Paulsen. A sessão ocorrerá 196 dias após a sentença de primeira instância, proferida por Moro em 12 de julho, quando Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão.
Na sentença original, Lula foi considerado culpado por ter recebido R$ 2,4 milhões em propina da construtora OAS: R$ 1,1 milhão na aquisição de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e mais R$ 1,3 milhão na reforma e decoração do imóvel, tendo ocultado e dissimulado as vantagens indevidas.
Em troca, teria direcionado à empreiteira contratos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima (RNEST). Além do tempo de reclusão, Lula foi condenado a pagar multa de R$ 669,7 mil.