O senador gaúcho Lasier Martins (PSD) foi o único parlamentar a se abster na votação que aprovou a proposta de reforma trabalhista, enviada pelo governo de Michel Temer ao Congresso. Foram 16 votos favoráveis, 9 contrários e apenas uma abstenção. Com a aprovação, a matéria agora seguirá para o plenário do Senado.
Questionado sobre por que decidir pelo "não-voto", o senador se justificou. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lasier disse que concorda com a maior parte dos pontos da proposta, que considera "positivos", mas discorda de outras mudanças (veja os pontos). Entre as discordâncias, Lasier Martins acredita que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical não deve ocorrer de maneira abrupta (pois os sindicatos, segundo ele, devem ter tempo hábil para se adaptar). Ele também pede a derrubada do novo contrato de trabalho intermitente.
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Na visão do senador, a abstenção seria uma maneira de dizer que é contra esses pontos, ressaltando que gostaria de ver aprovadas mudanças na legislação trabalhista:
– Eu espero que alguma coisa seja melhorada. O projeto tem pontos positivos. Agora, ao contrário da radicalização, eu procurei salvar o que dava, porque eu não tenho dúvida que no plenário vai passar. Foi um voto de aceitação da maioria dos dispositivos da proposta e não a radicalização daqueles que simplesmente querem a rejeição – disse.
Na quarta-feira (28), Lasier apresentou na CCJ seu voto em separado para a reforma trabalhista, com cinco ajustes. No documento entregue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador fez um apelo aos colegas para que o Senado cumprisse o papel de "Casa revisora".
Perguntado sobre se votará a favor ou contra a reforma trabalhista em plenário, o senador Lasier Martins admitiu que poderá votar favoravelmente. No entanto, disse que será preciso observar se o presidente Michel Temer vai se comprometer em vetar alguns pontos.
– Eu talvez vote a favor, mas primeiro eu quero ter garantia disso. Houve muita enrolação ontem (na CCJ) por parte do senador Romero Jucá. Eu vou esperar pra ver o que o presidente vai prometer para a votação em plenário – disse.