Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre Felipe Camozzato (Novo), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB) participaram de debate promovido na noite desta quinta-feira (29), pelo Conselho Regional de Medicina (Cremers), no auditório de sua sede na Capital.
Também convidada, Juliana Brizola (PDT) não compareceu, por motivo de saúde. Os demais candidatos não foram convidados por não terem representação no Congresso, conforme divulgado pela entidade.
Felipe Camozzato apresentou-se como candidato da renovação e destacou ser a primeira vez em que seu partido disputa a eleição para prefeito em Porto Alegre. Ele citou a ampliação da capacidade de saneamento básico, valorização da carreira médica e utilização de ferramentas de telemedicina como planos para qualificar a saúde pública.
— Porto Alegre trata somente 45% do esgoto que produz. Cuidar disso previne doenças. Acredito na contribuição da telemedicina, que foi tão importante durante a pandemia, e em trazer a liderança de profissionais do setor privado para a atividade pública. Para isso é necessário tornar a carreira pública mais atrativa — declarou Camozzato.
Maria do Rosário cobrou Melo de suposta perda de recurso federal que poderia, para ela, ter sido utilizado para prevenção da inundação, repercutindo em resultado para a saúde pública. Mencionou a enchente como um ingrediente que acentuou desafios para serviços de saúde e afirmou que pretende incrementar a receita para ampliar investimentos.
— O senhor (Melo) perdeu R$ 120 milhões que estavam disponíveis para manutenção das casas de bombas. Terei equipe dedicada a projetos para uso deste tipo de recurso. É preciso encontrar outra modelagem na gestão da saúde, baseada em desenvolvimento econômico, valorização das carreiras públicas e menos terceirizações — apontou Maria do Rosário.
Sebastião Melo defendeu sua administração, argumentando que trabalhou sob a lógica de parcerias com instituições privadas de saúde. O candidato à reeleição sustentou que houve ampliação da oferta de serviços, criação de atenção especializada para autistas e assegurou estar aberto a dialogar com setores da sociedade para promover avanços.
— Considero a parceirização (termo em contraponto à terceirização) positiva. Temos contratos e mil médicos concursados no município. Uma coisa boa não exclui a outra. O povo quer bom atendimento, por servidor público ou contratado da iniciativa privada. Vamos melhorar, mas sempre com a responsabilidade de olhar para o orçamento — definiu Melo.
Bloco de duelos aqueceu debate
Em bloco intermediário do painel, candidatos foram provocados a "dialogar", compartilhando tempo de quatro minutos para contrapor ideias. A ordem e os temas dos embates foram definidos por sorteio.
Camozzato dirigiu a Melo fala sobre a inatividade de uma unidade básica no bairro Sarandi, que não foi recuperada após a enchente de maio e desguarnece a comunidade da Vila Asa Branca.
— É preciso avançar na descentralização de territórios para atender melhor a população — pontuou o candidato do Novo.
Melo relatou que cerca de 300 estruturas públicas tiveram danos na enchente e utilizou seu tempo de fala para direcionar o debate para a candidata do PT.
— Pena não poder debater com a deputada. A senhora está preocupada com a eleição e eu, com a recuperação da cidade — disse o atual prefeito.
Maria do Rosário respondeu que há tempo para que os dois possam debater ao longo da campanha e avaliou que a Capital não teve plano de contingência para mitigar efeitos da enchente.
— Estou bem aterrizada em Porto Alegre e, em Brasília, atuo com olhar aqui. Trago conhecimento e plano para o futuro da cidade — afirmou.