Os dois candidatos à Presidência da República cumpriram suas agendas de campanha nesta segunda-feira (10) buscando fortalecer suas candidaturas para o segundo turno das eleições. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) receberam apoios de personalidades e usaram o dia para falar com a imprensa.
Confira, a seguir, como foi a segunda-feira dos dois concorrentes ao Planalto — na ordem do resultado das urnas no primeiro turno.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Ainda pela manhã, o petista concedeu entrevista virtual ao programa Show do Antônio Carlos, da Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Em conversa com o comunicador, Lula prometeu que vai retomar o programa Minha Casa, Minha Vida.
— A gente vai garantir que todo mundo tenha direito a um lar, que todo mundo tenha direito a ter um telhadinho para não pegar nem o sol nem a chuva. Isso é obrigação do Estado. Nós já fizemos uma vez — afirmou.
Na parte da tarde, Lula se encontrou com cientistas políticos, economistas, familiares de banqueiros, lideranças políticas e ex-presidentes do PSDB, que declararam apoio "imediato, incondicional e independente" à candidatura do ex-presidente. Na ocasião, o petista pediu "paciência" aos apoiadores que cobram o anúncio dos nomes de seus futuros ministros:
— Se eu fosse bobo e indicasse um ministro antes de ganhar as eleições, eu perderia outros 30 que ainda não indiquei. Então, tenham paciência.
Lula ainda comentou as declarações de Bolsonaro no sentido de aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente tem defendido publicamente uma reforma no Judiciário e a elevação de 11 para 16 cadeiras no STF.
— O Brasil está pior do que o Brasil que peguei em 2003. Hoje, tem uma coisa mais grave que é a falta de credibilidade nas instituições. É a tentativa de destruir as instituições que garantem a democratização do país. Um cidadão que está prometendo aumentar o número de membros da Suprema Corte na perspectiva de fazer uma Suprema Corte favorável a ele — disse.
Jair Bolsonaro (PL)
Na manhã desta segunda-feira, o candidato do PL esteve em Ceilândia, no Distrito Federal, onde conversou com eleitores e gravou peças de campanha. Depois, ele concedeu entrevista, classificando como "mentira" eleitoral a fala de Lula sobre permitir que a população volte a comer picanha e tomar cerveja.
— Relata-se que algumas pessoas querem que o governo resolva todos os seus problemas — disse. — Para eu dar alguma coisa para alguém, o presidente da República tem que tirar de outro lugar. Tem que tirar o coelho da cartola. As pessoas entendem. Algumas pessoas mantêm a posição, acreditam na picanha com a cerveja todo fim de semana. São as propostas, as mentiras que são muito comuns de acontecerem em razão das eleições.
Na sequência, Bolsonaro foi questionado por uma jornalista sobre o orçamento secreto:
— Você não aprendeu o orçamento secreto ainda, que não é meu. Pelo amor de Deus, para com isso. O orçamento secreto é uma decisão do Legislativo que eu vetei, depois derrubaram o veto.
De volta ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro recebeu o prefeito de Manaus (AM), David Almeida (Avante), e o de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). O presidente disse, em entrevista a jornalistas, acreditar que o esforço dos prefeitos o ajudará a tirar a diferença eleitoral que teve para Lula no primeiro turno — 6,1 milhões de votos.