O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a ironizar as urnas eletrônicas durante discurso no Congresso Aço Brasil 2022, em São Paulo, nesta terça-feira (23). O candidato à reeleição afirmou que "só existe uma coisa infraudável no Brasil e as pessoas sabem o que é", se referindo ao sistema eleitoral brasileiro.
Em entrevista nesta segunda ao Jornal Nacional, da TV Globo, Bolsonaro disse que respeitaria o resultado das eleições, mas "desde que sejam limpas e transparentes". O parlamentar também afirmou que o conflito com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está "superado".
No último dia 16, o chefe do Executivo foi à posse de Moraes no TSE. O ministro, que é um dos principais alvos do presidente no Supremo, fez um discurso a favor da democracia, na ocasião, e foi aplaudido. Nos últimos dias, Bolsonaro vinha evitando fazer críticas ao sistema eleitoral, em uma tentativa de trégua com o Judiciário.
Em julho, o presidente reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada para colocar em dúvida a confiabilidade do sistema eleitoral, o que gerou reação da sociedade civil, com manifestos em defesa da democracia que foram apoiados por parte do setor empresarial.
Impostos
Bolsonaro também destacou no discurso a empresários do setor siderúrgico a redução de impostos desde o início de seu governo. Citando a intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o chefe do Executivo sustentou que a direção tem sido diminuir tributos sem prejudicar a competitividade da indústria.
O parlamentar afirmou que os empresários da indústria não poderiam seguir competindo com uma bola de ferro presa na perna quando os chineses estavam entrando no mercado com facilidade.
Em relação à ideia de reduzir o IPI, Bolsonaro garantiu que o governo não pretende prejudicar a Zona Franca de Manaus, cuja competitividade seria comprometida com a medida.
— Ninguém quer prejudicar a Zona Franca de Manaus. Se houver prejuízos, discute-se medidas compensatórias — declarou Bolsonaro durante o discurso.