Ao contrário do que previam 10 entre 10 analistas políticos, Jair Bolsonaro (PSL), caso vença Fernando Haddad (PT) e seja eleito presidente do Brasil em 28 de outubro, não deve encontrar grandes dificuldades no Congresso Nacional. Apoiadores do candidato do PSL conquistaram 23 das 54 vagas em disputa para o Senado. O resultado das urnas também aponta que 18 dos demais senadores não devem fazer oposição ferrenha ao presidenciável.
O suporte, em caso de eventual vitória, seria pluripartidário. Apenas quatro apoiadores pertencem à mesma sigla do candidato, todos estreantes no Senado: Soraya Thronicke (MS), Juíza Selma Arruda (MT), Major Olímpio (SP) e Flávio Bolsonaro (RJ), filho mais velho do presidenciável.
Os demais parlamentares pertencem a partidos que formaram outras coligações para a eleição presidencial, mas que já no primeiro turno declararam voto no candidato do PSL. É o caso de Luis Carlos Heinze (PP-RS). Heinze fez campanha para o capitão da reserva mesmo com Ana Amélia, senadora do PP, ocupando a vaga de vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).
Direita moderada se afasta do PSDB
Nas últimas semanas, figuras do chamado Centrão, bloco que apoiou formalmente o tucano, foram declarando preferência a Jair Bolsonaro. De olho na onda de votos que um apoio do presidenciável poderia significar, candidatos ao governo de diversos Estados também fizeram esse movimento.
O tamanho dessa onda faz com que cientistas políticos acreditem que, no caso de vitória, Bolsonaro terá maioria no Congresso e condições de governabilidade.
— Vai ter uma bancada grande, tendo o Centrão como base. Tudo indica que, com uma bancada de direita mais dura eleita, Bolsonaro vai poder conversar e governar — comenta o cientista político Claudio Couto, da PUC-SP.
O também cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie, lembra que o Centrão e a direita moderada parecem ter abandonado o PSDB:
— Tudo indica que os partidos que compõem o Centrão vão aceitar e colaborar com um eventual governo Bolsonaro. Portanto, ele terá, pelo menos de início, uma maioria que vai garantir a governabilidade.
Apesar da avalanche de votos no Legislativo, Bolsonaro perdeu um apoio garantido no Senado. Um de seus principais aliados, que chegou a ser cotado como "vice dos sonhos" pelo candidato, o senador e pastor evangélico Magno Malta (PR) não conseguiu a reeleição no Espírito Santo.
Oposição pequena, mas ruidosa
Em caso de vitória no segundo turno, Jair Bolsonaro deve encontrar apoio maior do que o esperado no Senado. Mas também terá pela frente uma oposição ruidosa.
Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro Gomes, eleito pelo Ceará, e Irajá Abreu (PSD), filho da senadora Kátia Abreu, representando Tocantins, devem dificultar a pauta de Bolsonaro no Congresso. Outros quatro petistas eleitos, com ampla experiência nos corredores de Brasília, somam-se ao coro de futuros adversários: Paulo Paim (RS), Jaques Wagner (BA), Rogerio Carvalho Santos (SE) e Humberto Costa (PE).
Não são apenas os partidos de esquerda que devem fazer oposição em um eventual governo Bolsonaro. O candidato do PSL coleciona desavenças com senadores eleitos por outros partidos. Randolfe Rodrigues (REDE – AP) e Mara Gabrilli (PSDB – SP) são críticos contundentes do presidenciável. Eliziane Gama, eleita pelo PPS no Maranhão, chegou a pedir, em 2016, que o então procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, denunciasse Bolsonaro por apologia à tortura.
A FAVOR de Bolsonaro
-Luis Carlos Heinze –PP (RS)
-Esperidião Amin – PP (SC)
-Jorginho Mello – PR (SC)
-Major Olimpio – PSL (SP)
-Flávio Bolsonaro –PSL (RJ)
-Cesar Maia – DEM (RJ)
-Carlos Viana –PHS (MG)
-Selma Arruda –PSL (MT)
-Jayme Campos – DEM (MT)
-Soraya Thronicke –PSL(MS)
-Vanderlan – PP (GO)
-Jorge Kajuru – PRP (GO)
-Angelo Coronel – PSD (BA)
-Eduardo Girão – PROS (CE)
-Marcelo Castro – MDB (PI)
-Petecão – PSD (AC)
-Márcio Bittar – MDB (AC)
-Plinio Valerio – PSDB (AM)
-Jader Barbalho – MDB (PA)
-Rodrigo Cunha – PSDB (AL)
-Marcos Rogério – DEM (RO)
-Mecias de Jesus – PRB (RR)
OPOSIÇÃO a Bolsonaro
-Paulo Paim – PT (RS)
-Jaques Wagner – PT (BA)
-Rogerio Carvalho Santos – PT (SE)
-Flavio Arns – REDE (PR)
-Cid Gomes – PDT (CE)
-Humberto Costa – PT (PE)
-Irajá Abreu – PSD (TO)
-Randolfe Rodrigues – REDE (AP)
-Leila do Vôlei – PSB (DF)
-Drª Zenaide Maia – PHS (RN)
-Mara Gabrilli – PSDB (SP)
-Eliziane Gama –PPS (MA)
-Veneziano – PSB-PB
NEUTROS
Eduardo Braga –MDB (AM)
-Zequinha Marinho – PSC (PA)
-Confucio Moura – MDB (RO)
-Chico Rodrigues –DEM (RR)
-Daniella Ribeiro – PP (PB)
-Eduardo Gomes - SOLIDARIEDADE (TO)
-Lucas Barreto – PTB (AP)
-Fabiano Contarato – REDE (ES)
-Jarbas Vasconcelos – MDB (PE)
-Marcos do Val – PPS (ES)
-Renan Calheiros – MDB (AL)
-Rodrigo Pacheco –DEM (MG)
-Izalci – PSDB (DF)
-Nelsinho Trad – PTB (MS)
-Weverton – PDT (MA)
-Alessandro Vieira – REDE (SE)
-Capitão Styvenson – REDE (RN)
-Oriovisto Guimaraes – PODEMOS (PR)