O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista à Band, divulgada na noite desta segunda-feira (29), que gostaria de diminuir a maioridade penal no Brasil para 14 anos de idade, mas confessou que a chance de aprovar esse limite seria "quase zero". No entendimento do presidente eleito, a redução da maioridade penal diminuiria a violência no país:
— Desde que cheguei em Brasília, eu luto pela redução da maioridade penal. Era quase impossível, porque a esquerda sempre teve uma força muito grande dentro do parlamento. Perderam força agora. Talvez consigamos reduzir. Pode ter certeza, que reduzindo a maioridade penal, a violência tende a diminuir.
Bolsonaro disse que jovens de 16 e 17 anos praticam crimes hediondos, "porque sabem que se forem punidos será por pouco tempo".
— Se não for possível 16, passa para 17, daí o futuro presidente, se tiver resultado, tenta o 16. Eu gostaria que fosse 14, mas se botar 14 a chance é quase zero de ser aprovada.
Negação da ditadura
Na conversa com jornalistas da emissora, Bolsonaro voltou a amenizar o período do regime militar no Brasil. Ao ser questionado sobre sua postura forte favorável ao governo da época, Bolsonaro disse que logo que chegou no Congresso foi alvo de pessoas que queriam usar ele, como a figura de militar, para extravasar a contrariedade com o período:
— Em nenhum momento, eu deixei que eles tripudiassem em cima das Forças Armadas ou da minha pessoa. Então, muita coisa aconteceu ali, naquele contexto. Então, não tem arrependimento. Estou muito feliz que eu mostrei que realmente, hoje em dia, boa parte da população entende, que o período militar não foi ditadura, como a esquerda sempre pregou.
O presidente eleito também manteve na entrevista o posicionamento de tentar garantir o avanço da reforma da Previdência no Congresso ainda neste ano para não começar o tema do zero no início de sua gestão.
— Ainda como está, pode ser um pouco desfavorável a possibilidade de aprovação, mas queremos aproveitar alguma coisa da reforma da Previdência. Qualquer passo que por ventura seja dado agora nos ajudará e muito a partir do ano que vem.
Bolsonaro acredita que a sua base na Congresso pode aumentar, pois alguns políticos foram eleitos filiados a partidos que não atingiram a cláusula de desempenho e podem migrar para o PSL.