Como vem fazendo desde o início da campanha, o Grupo de Investigação da RBS (GDI) checou declarações do candidato Eduardo Leite (PSDB), na entrevista concedida a ZH.
A seguir, em mais um É isso mesmo?, confira as falas verificadas pelos jornalistas Ângela Chagas, Caio Cigana, Juliana Bublitz e Marcelo Kervalt.
"Aqueles contratos (das concessões de rodovias do governo Britto) tinham taxas de retorno para o concessionário que eram muito maiores do que hoje em dia se pratica. Eram em torno de 20% ou mais."
É verdade
Reportagem publicada em ZH em 29 de dezembro de 2013, nos últimos dias do programa estadual de concessão de rodovias assinado em 1998 pelo então governador Antônio Britto, mostra que a Taxa Interna de Retorno (TIR) variou entre 17% e 23% no período – o que era compatível com taxas de mercado para a época também nas concessões do governo federal, que utiliza a Selic como referência. Em 1998, a Selic oscilou de 19% a 34,5%. Hoje, está em 6,5%. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres, as concessões de rodovias federais assinadas na década de 1990 tinham TIR média de 17,33%. Entre 2012 e 2015, caiu para 7,67%, acompanhando a Selic.
"A educação em Pelotas foi uma das que teve uma das maiores evoluções entre os maiores municípios do Estado para as séries iniciais."
É verdade
Se comparada a evolução dos cinco maiores municípios do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Santa Maria) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a cidade da região sul teve a maior evolução no indicador desde o início da série histórica, em 2005. O Ideb da rede municipal de Pelotas passou de 3,6, em 2005, para 5,2, em 2017. O crescimento foi de 44%, contra 36% de Caxias do Sul,
34% de Canoas e 31% de Santa Maria.
Porto Alegre não teve o Ideb de 2017 divulgado porque não cumpriu com o mínimo de alunos participantes nas provas que compõem o índice, mas, ainda que se considere a evolução até 2015, o crescimento da Capital foi de 28%, abaixo, portanto, da cidade da região Sul. Vale destacar que, embora tenha melhorado o desempenho nos últimos anos, Pelotas não atinge as metas definidas para o município desde 2013.
"Todas as informações disponíveis são de que (a CEEE) pode perder a concessão por não cumprir o contrato, o que demandaria a injeção de cerca de R$ 2 bilhões nos próximos anos."
É verdade
A CEEE-D, braço de distribuição do grupo CEEE, tem uma concessão do governo federal para levar energia a 72 municípios gaúchos. Para manter este direito, porém, precisa registrar bons indicadores de qualidade do serviço e saúde financeira para realizar os investimentos necessários. No final do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alertou para o risco de a CEEE perder a concessão.
O diretor da Aneel André Pepitone estima que a companhia teria de investir até 2020 cerca de R$ 2,6 bilhões para afastar esta possibilidade. O valor é próximo ao citado por Leite e se trata igualmente de uma projeção. Como o candidato fala em “cerca de” (e o diretor da Aneel também), a citação é considerada correta. Nos últimos três anos, o prejuízo acumulado da empresa chega a R$ 1,3 bilhão.
"Tive 87% de aprovação da população, ajudei a eleger a sucessora, com 60% dos votos no primeiro turno, e agora a população de Pelotas acabou de dar a resposta nas urnas. Foram 70% dos votos já no primeiro turno."
É verdade
Leite concluiu o mandato com 87,2% de aprovação, conforme pesquisa publicada em dezembro de 2016 no jornal Diário Popular, de Pelotas. O levantamento foi realizado pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), a pedido do periódico.
Em 2016, Leite ajudou a eleger sua sucessora, Paula Mascarenhas (PSDB), com 59,86% dos votos válidos, já no primeiro turno, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agora, na votação do último dia 7 de outubro, o candidato obteve 69,5% dos votos válidos em Pelotas, segundo o TSE.