Eleições

Sem voto impresso

Toffoli rebate críticas de Bolsonaro: "Sempre foi eleito através da urna eletrônica"

No domingo, candidato do PSL à Presidência disse que eleições de outubro podem resultar em "fraude" devido à ausência do voto impresso

Estadão Conteúdo

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, reforçou na manhã desta segunda-feira (17) que as urnas eletrônicas brasileiras "são confiáveis". Segundo o ministro, "os sistemas são abertos para auditagem, a todos os partidos políticos". 

Durante café da manhã com jornalistas, Toffoli ainda rebateu as críticas do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, que no domingo (16) afirmou que as eleições de outubro podem resultar em "fraude" por causa da ausência do voto impresso. O ministro declarou que Bolsonaro "sempre foi eleito através da urna eletrônica".

Em junho deste ano, por oito a dois, o STF derrubou a adoção do voto impresso nas próximas eleições. O uso do voto impresso para as eleições deste ano havia sido aprovado pelo Congresso Nacional em 2015, na minirreforma eleitoral.

Ao falar das eleições presidenciais de 2014, Toffoli lembrou que o então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, pediu uma auditoria nas urnas após ser derrotado por uma pequena margem de votos para Dilma Rousseff (PT).

 — Geralmente os que perdem a eleição reclamam. O então senador Aécio Neves perdeu a eleição porque não teve votos em Minas Gerais. Por que as urnas estariam dando votos para ele em São Paulo, e não em Minas Gerais, se o sistema era o mesmo? Não tem absolutamente sentido —  comentou Toffoli.

Toffoli destacou a importância de se construir uma agenda em comum com os chefes do outros Poderes. Ele afirmou que buscará diálogo com os futuros presidentes da República, da Câmara e do Senado, "seja quem forem".

—Eu sempre sigo a máxima do (ex-ministro) Nelson Jobim: "interlocutor não se escolhe". Seja quem for presidente, os Poderes têm que ter o dever constitucional da harmonia e de procurar uma pauta conjunta. Procurarei fazer, sejam quem forem os futuros presidentes dos demais poderes —  comentou Toffoli.

Em sua solenidade de posse na última quinta-feira (13), Toffoli já tinha defendido a harmonia entre os Poderes. Naquela ocasião, frisou que o Judiciário não é "nem mais nem menos" que o Executivo e o Legislativo, defendeu o diálogo entre diferentes setores da sociedade e destacou que os juízes precisam ter "prudência" e saber se comunicar melhor com a população.

Cadeira

Toffoli comandará o STF até setembro de 2020, sucedendo à ministra Cármen Lúcia, cuja gestão foi marcada por uma série de episódios turbulentos que aprofundaram as divisões internas da Corte. O ministro assumiu uma cadeira no Supremo em 2009, nomeado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atualmente condenado e preso no âmbito da Lava Jato.

O presidente do STF também ressaltou na conversa com jornalistas o problema dos homicídios no Brasil, considerado pelo novo presidente do STF uma "epidemia".

—É uma vergonha a impunidade sobre o número de homicídios no Brasil— criticou Toffoli, ao destacar a grande burocracia do Poder Judiciário e as falhas na atuação das partes.


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