O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, foi atingido por uma facada no abdômen na tarde desta quinta-feira (6), em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele foi encaminhado para o hospital Santa Casa de Misericórdia, onde passou por uma cirurgia.
Confira o que se sabe sobre o ataque:
Como foi o ataque?
O candidato participava de um ato de campanha no Parque Halfeld, na área central de Juiz de Fora, às 15h desta quinta-feira (6). Enquanto ele era carregado nos ombros por apoiadores, foi atingido por uma facada na região do abdômen.
Quem desferiu o golpe?
Imediatamente após o ataque, policiais federais prenderam em flagrante Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos. À Polícia Civil, ele confessou a agressão e afirmou ter cometido o crime "em nome de Deus". Ele foi indiciado com base na Lei de Segurança Nacional.
Na tarde desta sexta-feira (7), a Justiça determinou a transferência de Adelio para um presídio federal. Na mesma audiência, a defesa do agressor disse que o discurso de ódio de Bolsonaro motivou o ataque e que pedirá exame de sanidade mental em seu cliente.
O agressor agiu sozinho?
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (7) que três pessoas estão sendo investigadas por suposta participação no ataque com faca contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), na tarde de quinta-feira (6). Até então, a informação disponível era de que duas pessoas eram investigadas: o autor da facada e outro indivíduo por "incitar a violência", segundo a polícia.
Adelio Bispo de Oliveira, o agressor, foi preso logo após o ataque. Já a outra pessoa foi liberada na manhã desta sexta, mas continua sendo investigada. Não está claro qual seria o papel do terceiro suspeito.
O ataque foi assumido por algum grupo político?
Não. Em notas à imprensa e nas redes sociais, todos os candidatos à Presidência da República repudiaram o ataque. Nenhum outro grupo político assumiu a autoria da agressão.
Existe alguma relação do agressor com partidos políticos?
Não. Adelio foi filiado ao PSOL até 2014, mas não guarda qualquer relação recente com o partido. Em nota, a agremiação confirmou a filiação de Adelio e ratificou que repudia as agressões a Bolsonaro.
Qual a condição de saúde de Jair Bolsonaro?
De acordo com o último boletim médico divulgado pelo hospital Albert Einstein, às 18h de sexta-feira (7), Jair Bolsonaro está em boas condições clínicas, mas seu quadro continua grave. Ele permanece em jejum desde o incidente, alimentado com soro.
Ele passou por cirurgias na tarde desta quinta-feira (6) e foi para a UTI. Durante a noite, os médicos da Santa Casa de Misericórdia afirmaram que os procedimentos foram bem-sucedidos e que a condição de saúde do candidato é "naturalmente grave, mas estável".
No início da manhã desta sexta-feira (7), Bolsonaro foi transferido para São Paulo, onde ficará internado no Hospital Albert Einstein, a pedido da família. Em nota, o hospital disse que o candidato está internado na UTI, "onde realizou exames laboratoriais e de imagens e foi avaliado por equipe multiprofissional", e " encontra-se consciente e em boas condições clínicas".
Em vídeo gravado pelo senador Magno Malta (PR-ES), ainda no hospital de Juiz de Fora, Bolsonaro comentou brevemente o ataque:
— A dor era insuportável — disse.
Durante a tarde desta sexta-feira, a assessoria de Bolsonaro escreveu no Twitter que o candidato "está bem e se recuperando".
Como foram os procedimentos cirúrgicos em Jair Bolsonaro?
De acordo com os médicos, Bolsonaro chegou ao hospital com pressão baixa e em "estado de choque". Ele teve cinco lesões — rompimento de uma veia no abdômen, três perfurações no intestino delgado e uma lesão grave no intestino grosso, além de hemorragia interna provocada por esses problemas. Os procedimentos de sutura resolveram a hemorragia. Uma bolsa intestinal foi colocada através de colostomia.
Por que a Polícia Federal estava escoltando Bolsonaro?
Prevista em lei, a atuação da Polícia Federal (PF) pode ser solicitada por qualquer candidato à Presidência da República, conforme decreto nº 6.381, de 27 de fevereiro de 2008:
"Os candidatos à Presidência da República terão direito a segurança pessoal, exercida por agentes da Polícia Federal, a partir da homologação da respectiva candidatura em convenção partidária".
No caso de Bolsonaro, além dos agentes, uma equipe particular contratada pelo deputado também acompanha seus eventos.
Posicionamento de Temer
O presidente Michel Temer classificou como lamentável o ataque. O presidente disse que o episódio demonstra a falta de tolerância da sociedade brasileira. Temer também pediu ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reforço da Polícia Federal na segurança dos presidenciáveis.
"Vamos sair maiores", diz vice
Após participar do Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, em Porto Alegre, o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa de Bolsonaro, classificou o ataque contra o presidenciável como uma ação contra o Estado. Mourão também disse que o presidenciável vai "sair maior" desse episódio.