Após participar do Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, em Porto Alegre, o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), classificou o ataque contra o presidenciável como similar ao sofrido por Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio assassinada em março. Segundo ele, nos dois casos, o "Estado foi atacado".
— É um atentado ao Estado. Um crime político. Quando atacam o Estado, ele tem a primazia da violência — afirmou, respondendo a uma repórter que citava declaração sua à Revista Crusoé, na qual disse "Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós"
Segundo Mourão, Bolsonaro contrariou a orientação de sua equipe e estava sem colete no momento do ataque. O general acredita que vai assumir a campanha até a recuperação de Bolsonaro, mas que esse ponto tem de ser debatido internamente. Com tom mais ameno e sem polêmicas, Mourão disse que o momento é de diminuir as tensões:
— Esse é um momento onde temos de agir com calma. Baixar as tensões. Isso é um processo político e não uma guerra civil.
Mourão evitou fazer conexões entre o agressor e partidos políticos ou outros agentes externos, destacando que a polícia tem de investigar se ele agiu sozinho, com motivações pessoais ou de outra natureza.
— Maluco tem em tudo quanto é lado — disse.
Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha na cidade mineira. Durante a noite, a equipe médica que atendeu Bolsonaro afirmou que o estado do presidenciável é "naturalmente grave", pelas lesões envolvidas, e que ele deve ficar hospitalizado por pelo menos uma semana.
“Vamos sair maiores deste episódio”, diz general vice de Bolsonaro
Como o senhor enxerga esse episódio?
Tem de ver o que fazer. Só tenho certeza de uma coisa: vamos sair maiores deste episódio.
Mais cedo, logo após o atentado, o senhor reagiu indignado. Chegou a falar “se querem usar a violência, os profissionais da violência são os militares, a força do Estado”. O senhor se referia à esquerda, ao falar que querem guerra?
Esse rapaz que atacou o Bolsonaro tem um passado de militância na esquerda. Isso é fato. Agora é a Polícia que tem de investigar, ver a motivação. Não sei se existem outros envolvidos. O certo é que ele foi para matar, mas errou.
E o que o senhor recomenda para a militância pró-Bolsonaro?
Calma. Muita calma. O país não quer e não merece violência.