O agressor preso por dar uma facada no candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta quinta-feira (6), foi identificado pela Polícia Militar (PM) de Minas Gerais como Adelio Bispo de Oliveira. Preso em flagrante, o homem de 40 anos nasceu na cidade mineira de Montes Claros (MG), conforme autoridades locais.
À Polícia Civil, Oliveira teria mencionado que cometeu a agressão "a mando de Deus" no momento em que Bolsonaro estava sobre os ombros de um apoiador. A faca utilizada estaria enrolada em uma camisa de cor clara antes do ataque, conforme informações do boletim de ocorrência. A PM divulgou que Oliveira teve passagem pela polícia por lesão corporal em 2013.
Logo após a agressão contra o capitão da reserva do Exército, houve a divulgação de um perfil no Facebook que seria do agressor. A página carrega uma série de ataques à maçonaria e publicações de teor político. Nelas, há críticas à direita e a Bolsonaro.
Parte das mensagens questiona posicionamentos defendidos pelo candidato em programas de televisão. O perfil também apresenta notícias a respeito do capitão da reserva. Um dos textos compartilhados recentemente trata da declaração do presidenciável de que "queria ver" o ator Alexandre Frota como ministro da Cultura.
Em outra postagem, o homem ironiza a capacidade de Bolsonaro avaliar questões da área econômica — o candidato reconheceu mais de uma vez que não é especialista no assunto. A página ainda contém fotos tiradas em suposto protesto contra o presidente Michel Temer (MDB) e mensagens de apoio a políticos alinhados à esquerda, como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Depois de o perfil viralizar, usuários da rede social deram início a uma enxurrada de comentários endereçados a Oliveira. Nas mensagens, o homem é alvo de ofensas e ameaças. O perfil atribuído ao agressor apresenta em torno de mil amigos. No começo da noite desta quinta-feira, havia cerca de 10 mil seguidores.
Após o ataque contra Bolsonaro, o homem foi espancado por apoiadores do candidato, no centro de Juiz de Fora, onde ocorria o ato de campanha durante a tarde. Segundo a PM, ele confessou ter dado a facada no presidenciável.
Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que o homem foi filiado ao PSOL, em Minas Gerais, de 2007 a 2014. O partido confirmou a informação e repudiou a agressão contra Bolsonaro.
A Polícia Federal (PF) emitiu comunicado no qual afirma que o presidenciável contava com escolta no momento da agressão. A corporação ainda prometeu investigar o caso. "O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato", diz nota da PF.