No dia 15 de janeiro de 1985, há 40 anos, o Brasil deixava para trás 21 anos de Ditadura Militar. O Congresso Nacional realizava a eleição indireta que culminou na vitória de Tancredo Neves sobre Paulo Maluf.
O país voltava a ter um presidente civil para comandar os rumos da nação. Entretanto, na véspera de tomar posse, em 14 de março daquele ano, Tancredo foi internado em estado grave, no Hospital de Base de Brasília, e José Sarney, vice na chapa, assumiu o cargo, tomando posse em 15 de março.
Depois de ser submetido a inúmeras cirurgias, o político mineiro morreu no dia 21 de abril de 1985, na capital paulista.
Para marcar as quatro décadas do retorno do estado democrático de direito ao Brasil, Zero Hora convida os leitores a revisitar, por meio de imagens, esse período.
A eleição de 15 de janeiro
Após derrota da emenda do deputado Dante de Oliveira, em abril de 1984, que propunha reestabelecer as eleições diretas para presidente, um novo pleito, de forma indireta, seguido ainda pela Constituição de 1967, se desenhava no início de 1985.
Tancredo Neves, político mineiro então com 74 anos, com 480 votos, derrotou o candidato apoiado pela ditadura, Paulo Salim Maluf, que obteve apenas 180 votos. A vitória do mineiro foi vista como um sinal de renovada esperança para o país.
A eleição foi resultado de processos que fomentaram o fim do regime militar, como a crise econômica, desencadeada pelos militares, e o movimento pelas eleições diretas no ano anterior (1984).
Iniciava-se um novo capítulo para o Brasil: o fim da ditadura e o retorno da democracia.
Veja um trecho da votação que definiu Tancredo presidente
Tancredo é eleito, mas não toma posse
No entanto, sua trajetória política foi tragicamente interrompida por complicações de saúde. Tancredo morreu em 21 de abril de 1985. A responsabilidade da condução do país ficou a cargo de José Sarney, que no dia seguinte se tornara então o primeiro presidente da república pós período militar.
Produção: Juliano Trindade