A Justiça Federal de Juiz de Fora (MG) decidiu manter a prisão de Adélio Bispo de Oliveira, que atacou com uma faca o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), e determinou a transferência dele para o presídio federal de Campo Grande (MS). A previsão é de que a transferência ocorra no máximo até este sábado (8).
A manutenção da prisão aconteceu após audiência de custódia realizada na tarde desta sexta-feira (7), na sede da Justiça Federal de Juiz de Fora. A audiência aconteceu a portas fechadas — jornalistas não tiveram acesso nem mesmo ao pátio onde está instalado o edifício.
Líder do PSL na Câmara, o deputado Delegado Francischini acompanhou a audiência, que durou cerca de uma hora, e repassou a informação aos jornalistas. Segundo o parlamentar, Adélio Oliveira, que chegou em um comboio, foi representado por quatro advogados. Nenhum dos defensores do acusado apareceu para dar declarações.
A transferência para um presídio federal foi um pedido da bancada do PSL e teria tido aceitação de todas as partes na audiência — inclusive do Ministério Público e dos defensores de Oliveira. Todos teriam concordado que a prisão em uma instituição federal é uma forma de manter a segurança do acusado.
Desde quinta-feira, o deputado Francischini tem acompanhado de perto as investigações da Polícia Federal.
—No depoimento da madrugada ele (Adélio) reconheceu que a motivação foi política e religiosa, e foi por isso que a Polícia Federal não indiciou como crime comum de tentativa de homicídio, mas sim na Lei de Segurança Nacional — ressaltou. Durante a audiência desta sexta, a juíza Patrícia Alencar acatou o indiciamento.
O parlamentar insiste que o atentado à faca contra Jair Bolsonaro deve ter tido a participação de mais pessoas, mesmo que indiretamente.
— Foram encontrados quatro aparelhos celulares, mais um laptop (com Adélio ou na pensão onde se hospedava). Não casa com a imagem, com o que a gente vê dessa pessoa. Ele passou por várias cidades nos últimos dias e estamos tentando casar as agendas do Bolsonaro, para ver se ele não esteve nas mesmas cidades — sustentou Francischini. — Ele não tem tamanho para ser um autor sozinho de um atentado contra a vida do Jair Bolsonaro."