A Polícia Federal (PF) mapeia a rede de relacionamento de Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos, preso após atacar a facada Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República nas eleições 2018, na quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG).
Conforme o ministro da Segurança, Raul Jungmann, está em andamento uma reconstituição do ataque ao candidato. Os investigadores estão "seguindo os passos" do agressor, antes e durante o ato de campanha. Em buscas realizadas em endereços de Oliveira, foram apreendidos dois celulares, um notebook e comprovante de passagens. A PF vai verificar se as viagens foram para locais por onde Bolsonaro fez campanha.
Há suspeitas de que o crime foi premeditado. Oliveira teria seguido o candidato por cerca de 30 minutos, quando começou uma caminhada pelo centro de Juiz de Fora.
Oliveira já está indiciado pela PF com base na Lei de Segurança Nacional (7.170/83). O artigo 20 prevê que "praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas" pode resultar em pena de três a 10 anos de prisão. Se a vítima sofrer lesão corporal grave, a lei prevê aumento da pena em dobro.
O agressor foi interrogado pelos federais e alegado que agiu "a mando de Deus". Ele está recolhido em uma cela no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora e será ouvido por um juiz em uma audiência de custódia no final da tarde desta sexta-feira (7).
Além de Oliveira, a PF identificou mais dois homens suspeitos de envolvimento no ataque a Bolsonaro. Eles são investigados por incitação à violência. Um foi detido, prestou depoimento e foi liberado na madrugada desta sexta-feira (7). O nome do suspeito e o conteúdo das declarações é mantido em sigilo pela PF. O terceiro suspeito está hospitalizado por ter sofrido ferimentos durante o ato de campanha em que Bolsonaro foi atacado.
*Com agências.