O governador e candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB) é o quinto sabatinado da série de entrevistas com os postulantes ao Palácio Piratini a ter declarações verificadas pelo É isso mesmo?.
Criado em 2014, o mecanismo de checagem de GaúchaZH entrou em nova fase desde o início da campanha deste ano, com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganhou o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI).
O teste continua, nos próximos dias, com os demais concorrentes. A ordem de publicação segue a mesma sequência das entrevistas, agendadas com as assessorias dos candidatos.
A seguir, confira as declarações checadas pelos jornalistas Angela Chagas, Débora Ely e José Luís Costa. O vídeo com a íntegra da entrevista está ao final do texto.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Não teve nenhum governo no Estado do Rio Grande do Sul que não tentou aumentar ICMS. Nós conseguimos.
Diferentemente do que disse Sartori, nem todos os governos buscaram o aumento do ICMS. Tarso Genro (PT) não tentou elevar a alíquota do imposto durante o seu mandato, entre 2011 e 2014. Foi o único governador que não procurou a medida para combater a crise desde Alceu Collares (PDT) — o ICMS começou a ser cobrado em 1989, em substituição ao ICM. Em 2015, reportagem de GaúchaZH já havia demonstrado que o aumento de ICMS havia sido o caminho escolhido por quase todos os governadores, à exceção de Tarso, para melhorar o caixa.
Leia reportagem sobre como cada governador agiu quanto à cobrança de ICMS no Estado.
Saiu na semana passada o Saeb, da Educação Básica. Este, por exemplo, coloca português e matemática como aquilo que melhorou.
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é composto por provas de português e matemática aplicadas a cada dois anos para medir a aprendizagem dos alunos nas escolas brasileiras. A rede estadual do Rio Grande do Sul melhorou o seu desempenho na última edição, de 2017, em comparação com 2015. O avanço ocorreu em todos os níveis avaliados: 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e no 3º ano do Ensino Médio. No entanto, no Ensino Médio, os resultados só são melhores, como aponta Sartori, se comparados com 2015, primeiro ano de seu governo. Quando se leva em conta a série histórica, as notas são mais baixas do que as verificadas em 2005 nas duas disciplinas. Apenas no Ensino Fundamental houve avanço ao longo dos anos.
Confira reportagem sobre a avaliação da Educação Básica no Estado.
Na primeira semana de governo, coloquei 700 pessoas na Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), do concurso do governo anterior.
O governo Tarso Genro (PT) realizou, em junho de 2014, concurso público para contratar agentes penitenciários, chamando para curso de formação 1.286 candidatos aprovados. Conforme informações da assessoria de comunicação da Susepe, um grupo de 653 tomou posse em 29 de outubro de 2014 e foi efetivado, começando a trabalhar nas cadeias em 11 de dezembro de 2014. Em 18 de dezembro de 2014, mais 200 agentes tomaram posse e, em 30 de dezembro de 2014, outros 404, somando 604 servidores que, após curso, foram efetivados apenas em 20 de abril de 2015 – e não na primeira semana do governo Sartori.
É pouco, mas conseguimos passar de 46 escolas de tempo integral para quase 120.
De acordo com dados da Secretaria Estadual da Educação, o número de escolas de tempo integral passou de 46 em 2015 para 108 em 2018. São 96 instituições de Ensino Fundamental e 12 de Ensino Médio com atividades em tempo integral mantidas pelo Executivo estadual, estas últimas por meio de parceria com o Ministério da Educação. Sartori reconhece que o número total ainda é pouco – e de fato é – porque essas escolas atendem a apenas 15.062 alunos, ou seja, menos de 2% do total de 900 mil matrículas na rede estadual.
Regras de checagem
1) São checadas as informações que têm verificação possível em fontes oficiais.
2) Os temas escolhidos levam em conta a relevância.
3) Os candidatos não são procurados pela reportagem.
4) Em caso de números arredondados pelos candidatos, os critérios utilizados pela equipe são:
— se a variação for de até 10%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "É Verdade"
— se a variação for acima de 10% e até 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não é bem assim"
— se a variação superar 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não procede"
5) A equipe está aberta a contestações por parte dos candidatos, que posteriormente serão avaliadas pelos checadores.