Em convenção realizada na tarde deste domingo, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o PSOL confirmou o lançamento de Roberto Robaina, vereador da Capital, como candidato ao governo do Estado na eleição deste ano. A chapa terá como vice a professora de História da rede estadual Camila Goulart.
A nominata, que irá às urnas em coligação com o PCB, terá como postulantes a senador o trabalhador dos Correios Cleber Soares (PCB) e o advogado Romer Guex (PSOL), que fará campanha defendendo um plebiscito sobre a extinção o Senado.
- O Senado não tem serventia. Sem o Senado, não há falta de nada - afirmou.
A convenção lotou o plenário Ana Terra, obrigando muitos militantes a acompanhar de pé os discursos dos candidatos apresentados. Ao todo, o PSOL terá 27 nomes para a Assembleia Legislativa e 46 para a Câmara Federal, uma lista formada por representantes de sindicatos, de caminhoneiros, da população LGBT (caso da transexual Luiza Eduarda), de pequenos agricultores, dos povos indígenas (o cacique Luís Salvador) e do movimento negro. Vereadora campeã de votos em Porto Alegre, Fernanda Melchionna puxa a lista para o parlamento federal. No âmbito estadual, os nomes mais conhecidos são os de Pedro Ruas, que vai buscar a reeleição, e Luciana Genro, que foi candidata à presidência da República no pleito de 2014.
Marielle Franco, vereadora pelo partido no Rio de Janeiro, assassinada quatro meses atrás , foi lembrada muitas vezes durante o evento. A imagem dela estava presente em um telão e em um painel de tecido pendurado numa das paredes. Vários militantes negros subiram à tribuna para homenageá-la e para cobrar que a execução não permaneça impune.
Um integrante do partido apresentou as principais diretrizes da programa da coligação para o Rio Grande do Sul, que incluem direcionar recursos para programas sociais (retirando-os da Lei Kandir, que beneficia exportadores), suspender o pagamento da dívida do Estado, promover a segurança pública (o que passaria por uma política diferente em relação às drogas), pagar o piso aos professores, priorizar o agricultor familiar e defender direitos de negros, mulheres, indígenas e da população LGBT.
O discurso de fechamento foi feito pelo candidato ao governo do Estado, Roberto Robaina. Em sua manifestação, de aproximadamente 20 minutos, ele falou sobre a proposta de combater a sonegação e acabar com as isenções fiscais injustificadas. Rememorou ainda os fatores que levaram à fundação do PSOL, afirmou que o PT traiu os próprios princípios e criticou também os partidos que hoje atacam o petismo ("Quando o PT estava no auge do poder e nós saímos por uma porta, esses partidos entravam pela outra para dar sustentação", disse).
Para ele, o PSOL terá de se mostrar, durante a campanha, como uma alternativa entre esses dois polos.
- Escolher entre o presente desastroso e o passado é muito ruim. Temos de apresentar um caminho novo - afirmou Robaina.