Menos de dois meses. É esse o prazo que os partidos têm para tomar as últimas decisões e confirmar coligações e chapas para as eleições municipais. Em Caxias, são oito indefinições principais que ainda precisam ser destravadas até o pleito, marcado para 6 de outubro. Seis partidos ainda não têm caminho definido, e duas pré-candidaturas já colocadas não têm definição sobre o nome que disputará o cargo de vice-prefeito.
No início de abril, o candidato a prefeito em 2020, Edson Néspolo, filiou-se ao União Brasil, uma decisão que mexeu com os bastidores. Tido como nome forte para a disputa eleitoral, Néspolo passou a ser ventilado como indicação do partido a vice na chapa do prefeito Adiló Didomenico (PSDB), ou até mesmo como candidato ao cargo de chefe no Executivo. Essas, de fato, são as intenções do partido, confirmadas pelo presidente municipal, Kiko Girardi.
— Estamos fazendo uma pesquisa e estamos nas conversas. Vamos ter ou candidato a prefeito ou no mínimo de vice, essa é a nossa intenção. Incrível que está tudo se decidindo no último mês, mas faz parte da política — antecipa.
Neste momento, o nome mais provável para integrar chapa com Adiló é o do ex-secretário do Meio Ambiente, João Uez (Republicanos). O PSDB já deixou claro que a decisão será em consenso com todos os partidos que integrarem a coligação — até agora, além do Republicanos, PRD e Cidadania estarão na campanha do governo. Girardi confirma que a decisão será por consenso:
— Nós não entraremos em disputa sobre vice. É consenso ou nada feito — enfatiza.
— Nós queremos construir, agora depende de o grupo avaliar se o Republicanos é importante para esse projeto propositivo de administração para cidade ou não — retribui o vereador e presidente municipal do Republicanos, Elisandro Fiuza.
Outro vice que falta confirmar é da chapa do MDB, encabeçada por Felipe Gremelmaier. O nome do vereador para concorrer à prefeitura foi confirmado somente na última segunda-feira (3), e agora os emedebistas terão mais elementos concretos para negociar parcerias com os partidos. Segundo o presidente municipal do MDB e deputado estadual, Carlos Búrigo, as conversas com outras siglas são o primeiro passo antes de escolher o nome do candidato a vice-prefeito.
— Vamos conversar com outros partidos e depois fazer a escolha do vice. Mas primeiro vamos ver quais partidos vão estar na coligação — afirma.
Empecilhos no PSB e no PSD
Dos demais partidos indefinidos, PSB e PSD são os que têm mais opções na mesa, e podem ter dificuldades internas para tomar uma decisão. Os socialistas finalizaram as 40 propostas para Caxias e devem apresentá-las aos filiados em breve. A sigla também tem convite para integrar as campanhas de Adiló, Gremelmaier ou de Denise Pessôa (PT), junto com a frente de partidos da centro-esquerda. A decisão, entretanto, deve ficar para a convenção, marcada para 3 de agosto.
— (A visita do vice-presidente Geraldo Alckmin a Caxias) nos dá mais responsabilidade e ponderação. Felipe é mais um bom nome que se apresenta. A intenção é levar a boa política e continuar trilhando o caminho da esperança, bem longe do ódio. O jogo tem data marcada mas os times ainda não estão completos, aguardemos — avalia Adriano Boff, membro da executiva socialista em Caxias.
Já o PSD afirma estar focado na composição da nominata de candidatos ao Legislativo, com a expectativa de observar crescimento do partido na eleição — hoje, a sigla tem apenas um parlamentar, Juliano Valim. Com possibilidade de acompanhar PSDB, MDB ou até mesmo o União Brasil, o presidente municipal, Michel Pilonetto, diz que o partido acompanha o cenário.
— O PSD é um velho aliado do MDB no Estado, já tivemos conversas sobre essa eleição e com certeza teremos sobre outras. Neste momento, o PSD está perto do pré-candidato Adiló, mas acompanhando tudo que acontece no cenário municipal. O nome do Néspolo mexeu com o cenário. Ele tem história, trabalho e sempre foi muito bem votado. Vamos trabalhar para estarmos ao lado do candidato que tiver a melhor proposta para Caxias — projeta Pilonetto, sem citar o nome da deputada Denise.
Outros três indecisos
O Solidariedade tem divergências internas para resolver. Se depender do presidente, Antíoco Sartor, o partido pode acompanhar a frente de centro-esquerda ao lado de Denise e do pré-candidato a vice-prefeito, Alceu Barbosa Velho (PDT). Por outro lado, o vice-presidente da sigla, Aquilino Dalla Santa, nega qualquer possibilidade de disputar eleições ao lado do PT. Como alternativa, o Solidariedade tem o MDB e até mesmo o PSB como parceiros possíveis.
Ainda na coligação com os petistas, segue a indefinição do PSOL. Os dois partidos negociam o apoio, mas a informação nos bastidores é de que os psolistas fazem exigências para o plano de governo que a coligação já formada entre PT, PDT, PCdoB e PV não estaria confortável em acatar.
— A expectativa é de avançar com o PT, mas ainda não avançamos na conversa. Estamos organizando a nossa nominata e as questões de organização da federação (PSOL/Rede). Vamos lançar de 10 a 15 candidatos na federação — antecipa a presidente do PSOL em Caxias, Karina Santos.
Por fim, o PRTB foi "escanteado" pela frente de partidos da direita, liderados pelo PL do pré-candidato a prefeito e vereador Maurício Scalco, que afirma não ter sido procurado por nenhum partido além de PP, Podemos e Novo, já fechados para o pleito. Dessa forma, a tendência é que o PRTB indique candidato próprio para a prefeitura. Até o fechamento desta edição, o presidente municipal do partido, Fernando Matrix, estava em reunião com a executiva estadual a respeito da eleição em Caxias e não retornou ao contato da reportagem.