
A Índia anunciou na madrugada de quarta-feira (7) no horário local — noite de terça (6) no Brasil — o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países.
Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. O porta-voz do Exército paquistanês, Ahmed Chaudhry, informou que pelo menos oito pessoas, entre elas uma criança de três anos, morreram e 35 ficaram feridas.
Depois do ataque, o Paquistão retaliou a ação e três civis da Índia morreram.
De acordo com o governo indiano, os locais alvos dos "bombardeios aéreos" abrigavam "infraestruturas terroristas". Autoridades ainda afirmaram que a ação seria uma represália pelo atentado cometido em 22 de abril na Caxemira indiana.
"Há pouco, as forças armadas indianas lançaram a operação Sindoor, atingindo infraestruturas terroristas no Paquistão [...] de onde foram organizados e dirigidos ataques terroristas contra a Índia", informou o governo indiano em uma breve declaração.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação nas redes sociais e disse que espera que os confrontos entre a Índia e o Paquistão terminem "muito em breve".
— Sério, se você pensar bem, eles estão lutando há muitas, muitas décadas, séculos... Só espero que isso acabe logo — disse o republicano nesta terça-feira.
Retaliação
O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou na madrugada de quarta-feira (7) no horário local — noite de terça (6) no Brasil, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.
"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As forças armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede social X.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse que o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".
Entenda a tensão
No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e um nepalês.
O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência — que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".
No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.
Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.
Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, o governo paquistanês afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra.