A quatro meses das eleições municipais, marcadas para 6 de outubro, o calendário da disputa entra na sua reta final. Os partidos têm pouco mais de um mês até as convenções, marcadas para começar em 20 de julho, que é quando as legendas legitimam seus candidatos, nominatas e coligações. Em Caxias, quatro pré-candidatos à prefeitura já estão definidos, e devem ser oficializados justamente no final do próximo mês. O prazo para essas escolhas e para registro das candidaturas termina em agosto, que também é quando inicia-se a campanha eleitoral obrigatória em rádio e televisão.
Durante os próximos 44 dias, os partidos estarão ocupados em concluir suas articulações e acordos de bastidores para definir seus nomes finais e apoios entre as siglas. Neste momento, o cenário da disputa majoritária em Caxias, ou seja, para concorrer à prefeitura, reúne quatro pré-candidatos, escolhidos internamente pelos diretórios dos partidos.
A decisão mais recente é do MDB, que, na última segunda-feira (3), escolheu o vereador e ex-secretário da Educação, Felipe Gremelmaier, como o nome que vai às urnas disputar a prefeitura. A dúvida agora recai sobre quem estará na chapa para disputar o cargo de vice-prefeito. A escolha é uma peça relevante no tabuleiro, pois deve definir o caminho de partidos ainda indefinidos, como PSD e PSB ou até mesmo o União Brasil, que não sabem quem vão apoiar ou se terão candidato próprio ao Executivo.
Por isso, inclusive, o nome emedebista impacta também na candidatura do governo. O candidato natural é o atual prefeito Adiló Didomenico (PSDB), que vai à reeleição. Para composição da chapa, o favorito é o ex-secretário do Meio Ambiente, João Uez (Republicanos). Mas a entrada do ex-candidato a prefeito Edson Néspolo no União Brasil balançou os bastidores, e ele pode surgir como o candidato a vice-prefeito, ou até mesmo como o nome do partido para disputar a majoritária.
A respeito da decisão do vice, Adiló deixa para os partidos que aceitarem participar da coligação. No momento, o grupo reúne o Cidadania, que tem federação com o PSDB, Republicanos e também o PRD.
Entre os indecisos, PSB e União Brasil integram a base do governo. Já o presidente municipal do PSD, Michel Pilonetto, não esconde sua preferência pela composição com o governo. Mesmo assim, o partido vê com bons olhos tanto a indicação de Gremelmaier pelo MDB como a possibilidade de Néspolo disputar novamente a eleição como candidato a prefeito.
Esquerda e direita encaminhados
Encabeçada pelo PT, a frente de partidos da centro-esquerda já tem "nome e sobrenome" para disputar a prefeitura. A deputada federal Denise Pessôa (PT) é a pré-candidata a prefeita, e terá ao seu lado o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), que concorrerá a vice-prefeito. A coligação reúne ainda o PCdoB e o PV, que têm federação com os petistas. O grupo aguarda as definições de PSB e PSD, que têm convites para integrar a coligação da esquerda também. Além deles, o PT aguarda a definição do PSOL, que faz exigências para o plano de governo que ainda estão sendo negociadas.
— Ainda estamos em fase de conversação. Acredito que nos próximos dias, até o início da próxima semana, já esteja encaminhado, resolvido o que será feito — desvia a presidente municipal do PT, Joceli "Piccola" Veadrigo.
Quem corre por fora das articulações, por já estar com a coligação praticamente fechada, é a frente de partidos da direita. O vereador Maurício Scalco (PL) vai disputar o cargo de prefeito, e terá a vereadora Gladis Frizzo (Progressistas) como candidata a vice-prefeita. O Podemos, do deputado federal Maurício Marcon, e o Novo completam o grupo que, segundo Scalco, ficará nestes quatro partidos — o PRTB, alinhado com a direita, foi ventilado como possível integrante na composição caso não indicasse candidato próprio.
— Outros partidos não nos procuraram — relata Scalco.
Prazos políticos
A próxima data do calendário eleitoral é 6 de julho, faltando então três meses para as eleições, quando o servidor público que tiver intenção de concorrer deve deixar o cargo. As convenções partidárias podem iniciar a partir de 20 de julho, com o prazo final em 5 de agosto. Passados 10 dias, em 15 de agosto, é a data limite para que os partidos registrem as candidaturas.
As campanhas eleitorais, com propagandas obrigatórias em rádio e televisão, começam em 30 de agosto e se estendem até 3 de outubro. O primeiro turno ocorre em 6 de outubro, e o segundo — que na Serra só é realizado em Caxias, por ser o único município com mais de 200 mil eleitores — será três semanas depois, em 27 de outubro.