O último domingo (4) foi especial para Valdir Walter em dose dupla. Isso porque o atual presidente da União das Associações de Bairros (UAB) de Caxias do Sul, além de ter comemorado seu aniversário, foi reconduzido para um quarto mandato do cargo, pelos próximos dois anos (até 2025). Além do mandatário da UAB, as eleições decidiram também a presidência de 145 Associações de Moradores de Bairros (Amobs).
De 9.011 votos possíveis, Valdir Walter conquistou 8.478 a seu favor, segundo a última contagem divulgada pela UAB. Por ser chapa única, completam a contagem 60 votos nulos e 509 brancos. Com o novo mandato, o líder comunitário vai completar 12 anos à frente da entidade: entre 2011 e 2025, último ano da nova gestão, Valdir só terá ficado afastado de 2015 a 2017. Para o próximo período, Valdir tem prioridades definidas: fortalecer a regularização fundiária e aprimorar serviços públicos e comunitários. Além disso, o comunitarista reforçou a importância da participação comunitária nos bairros e nas melhorias para a cidade.
— Tenho certeza de que vamos aperfeiçoar os bairros cada vez mais, e as comunidades vão se desenvolvendo a cada dia que passa, melhorando suas vidas — destacou Valdir em entrevista ao Pioneiro, na qual ele também destaca como será sua atuação durante o quarto mandato e avalia o movimento comunitário em Caxias do Sul:
Qual o principal ponto que irá lutar na próxima gestão?
Um dos pontos que estamos lutando e precisamos aperfeiçoar é a regularização fundiária. Temos que continuar pressionando o governo para que cada vez se regularize mais. É para que as pessoas se sintam donas de onde moram, onde constroem a família. A partir do momento que tem o documento de regularidade, a pessoa se sente bem. A regularização, além de ser bom para as comunidades, é bom também para a prefeitura, que também arrecada valores.
Quais as outras pautas que irão comandar sua gestão?
Um grande problema nosso é o trânsito e o transporte. Temos uma situação tão complicada, tão trancada, e queremos algumas soluções. Precisamos de elevadas em Caxias do Sul. Sabemos também que um país sem educação é um país que não vai para frente, não se desenvolve, então queremos que o governo dê uma atenção especial a essa área. Outro ponto é a implantação do policiamento comunitário. A Brigada Militar já nos procurou e apoiamos, estamos juntos nessa questão. O policiamento comunitário foi o auge da segurança na cidade, melhorou muito. Cobramos também a implantação da energia solar (em prédios públicos). A partir do momento que termina de pagar, essa economia gera muita verba para o município.
O senhor já falou em outros momentos dos centros comunitários. Qual a importância e demanda desses espaços?
Temos que melhorar a situação dos centros comunitários que já estão prontos e pensar seriamente em construir novos em bairros maiores. Uma comunidade que tem um centro comunitário consegue fazer muitos projetos, como exercícios, bailes, reuniões, festas. Vemos a grande qualidade de vida das pessoas mais idosas onde tem um espaço público, elas saem de casa e se movimentam. Um centro comunitário faz a diferença em qualquer bairro.
Saímos de um governo ruim, que foi um desastre, passamos por uma pandemia e agora estamos nos reestruturando
VALDIR WALTER
Presidente reeleito da UAB Caxias
Como avalia a participação da comunidade nessas eleições?
Saímos de um governo ruim, que foi um desastre, passamos por uma pandemia e agora estamos nos reestruturando novamente. Para nós, foi uma grande surpresa (a quantidade de eleitores, 9.011). Tenho certeza que vamos aperfeiçoar os bairros cada vez mais e as comunidades vão se desenvolvendo a cada dia que passa, melhorando suas vidas. Muitas cidades não têm esse incentivo que tem o movimento comunitário de Caxias.
Qual a importância do movimento comunitário na cidade?
As pessoas só vão descobrir a importância de uma associação de moradores a partir do momento em que verem alguma coisa melhorando. E para melhorar, o governo municipal também tem que dar uma contribuição, cada vez que o presidente do bairro solicitar alguma intervenção, dando o aporte fundamental e a manutenção necessária. Eu sempre disse e vou continuar dizendo: o movimento comunitário não é cabide de políticos. Não podemos misturar a política comunitária com a partidária.