Com mais de 150 denúncias recebidas nos últimos 30 dias, a Comissão de Segurança Pública e Proteção Social da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul convocou uma reunião entre os vereadores que integram o grupo e os órgãos de segurança do município para tratar da perturbação do sossego público na cidade. O objetivo era reforçar a necessidade de serem mantidas e até ampliadas as ações conjuntas entre Brigada Militar e Guarda Municipal, que inibem as atividades que geram ruídos e sons altos. O encontro foi realizado às 14h30min desta quinta-feira (9/2), na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi, na sede do Legislativo.
A reunião foi convocada pelo presidente da comissão, vereador Alexandre Bortoluz (PP), e contou com a participação do comandante da Guarda Municipal de Caxias do Sul, Alex Oliveira Kulman, e do capitão do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Jorge Mascarin, além dos secretários de Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto da Silva, e de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior. Os parlamentares Maurício Scalco (Novo) e Sandro Fantinel (Patriota), na mesa, assim como Gilfredo De Camillis (PSB), Velocino Uez (PTB) e Wagner Petrini (PSB) também marcaram presença na reunião.
O capitão Mascarin reforçou a necessidade de continuidade das operações integradas entre Brigada Militar e Guarda Municipal. Na sua fala, ele relatou que aconteceram 12 operações integradas nos últimos três meses, além das ações do dia a dia e do atendimento de ocorrências. Além disso, ele destacou que foram realizados 38 termos circunstanciados (quando têm autor e vítima no local), oito registros só pela vítima e mais de 45 orientações por meio de boletim de atendimento.
— Para termos mais força, cada órgão atuando dentro da sua competência, precisamos aprimorar sim, precisamos aumentar o número de operações, mas nossas demandas são grandes. Não é só essa prioridade, temos tantas outras questões como os homicídios e roubos aqui na cidade, que estão altos, e que nos preocupam bastante. Mas necessitamos e iremos dar continuidade nessas operações integradas — destaca.
Segundo o vereador Bortoluz, as principais denúncias são feitas em função de motos com escapamento aberto, gerando ruídos altos, e veículos com música em volume elevado. Ele explica que a solicitação da comissão é no sentido de fortalecer as operações das forças policiais em relação à perturbação do sossego público.
— Não tem como tomarmos uma medida permanente, mas a nossa solicitação aos órgão de segurança é para que realizem as operações. Sabemos que não podem ser feitas todo final de semana, e tem crimes mais graves do que a própria perturbação que ocorrem na cidade, mas solicitamos como medida paliativa e imediata uma operação já neste final de semana — afirma.
Necessitamos e iremos dar continuidade nessas operações integradas.
JORGE MASCARIN
Capitão do 12º BPM
Os pontos mais problemáticos, apontados tanto pelo vereador Bortoluz quanto pelo Capitão Mascarin, são a Estação Férrea e próximos a boates, postos de gasolina e casas de festa. O vereador Camillis citou também a Rua Jacob Luchesi e o bairro Santa Lúcia como regiões com histórico de ocorrências. Segundo o policial militar, o grande problema dessas localidades não são os estabelecimentos noturnos, mas as pessoas que se aglomeram nas ruas do entorno, atrapalhando o sossego de moradores locais.
Nas suas falas, os demais integrantes da Mesa da Câmara também reforçaram a importância das operações e relataram a necessidade de fiscalização aprimorada destes casos. Petrini, por exemplo, citou o exemplo do Carnaval em Caxias e de conhecidos que participam de eventos e que normalmente geram denúncias por parte dos moradores. Segundo ele, é necessário garantir o entretenimento à população, mas afirmou ser contrário à bagunça.
— Sou defensor dos eventos, mas também de coibir, e brigo muito para afastar as pessoas que não respeitam a lei. Sou defensor do Carnaval, sei o quanto essas pessoas aguardam essa data para ter um faturamento, especialmente nesse período pós-pandemia. As pessoas de bem não são contra a Brigada e contra ações do município e das instituições para barrar quem quer tirar o sossego. As operações precisam ser destinadas à segurança das pessoas, para encontrar drogas e armas — declarou.