Depois de mais uma semana com restrições de circulação impostas pelas regras do distanciamento social do Governo do Estado, caxienses contrários a essa medida mobilizaram-se em uma carreata, na tarde de domingo (14). O início do protesto ocorreu às 15h, saindo em frente à Praça Dante Alighieri, percorrendo as principais ruas de Caxias do Sul.
Vestidos de verde e amarelo e empunhando bandeiras do Brasil, milhares de caxienses, em seus veículos, ocuparam as três pistas da Rua Sinimbu (incluindo a faixa de ônibus), em uma fila que podia ser vista desde o Largo São Pelegrino, até o bairro de Lourdes, na altura da Rua Vereador Mário Pezzi. Empunhando cartazes com os dizeres: "Bolsonaro no poder e fim do lockdown", grande parte dos manifestantes criticava nominalmente o governador do Estado, Eduardo Leite, e o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, ambos do PSDB. Entre os gritos de ordem: "Queremos trabalhar" e "Caxias vai ser livre".
Pouco antes, por volta das 14h, havia iniciado uma outra mobilização, também a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas o enfoque era outro. Motivados pelo que chamam de "falta de credibilidade das instituições", esse grupo, com cerca de 150 pessoas, ocupava os dois lados da Avenida Rio Branco, e clamava por "intervenção militar constitucional, com Bolsonaro no poder". Por isso, escolheram como ponto de encontro o 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe).
A justificativa para a intervenção militar, com Bolsonaro como presidente, explicam os manifestantes, baseia-se no Artigo 1º, do texto constitucional, que diz: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".
— "Todo poder emana do povo" e as forças armadas são constituídas para defender o povo. E o povo não confia mais nas instituições, porque estão totalmente dominadas e subservientes a um sistema corrupto e globalista. Pedimos intervenção, com Bolsonaro no poder, porque ele é patriota, conservador e confiamos nele — argumenta Nadja Rippel, educadora física e fisioterapeuta, que estava na manifestação em frente ao quartel, na tarde de domingo (14).