Na reunião com as associações regionais de prefeitos, que ainda está em andamento na tarde desta sexta-feira (5), o governador Eduardo Leite sugeriu manter o Rio Grande do Sul em bandeira preta até 22 de março e proibir a comercialização de produtos não essenciais nos supermercados durante esse período. O governador também pretende estender até 31 de março as restrições de circulação das 20h às 5h em todo o Estado.
Será proibido aos supermercados, por exemplo, vender calçados, roupas e perfumaria. Itens como geladeiras, televisões e fogões poderão ser vendidos pelo sistema de telentrega.
A maioria das associações regionais concorda com a proposta de manter as restrições, e quatro ou cinco prefeitos sugeriram medidas ainda mais duras para conter a circulação.
Um dos participantes da reunião disse à coluna que a discussão está mais tranquila do que nas reuniões anteriores, porque os prefeitos estão assustados com a situação dos hospitais e não têm resposta para as cobranças por leitos de UTI, que estão esgotados em todo o Estado.
Integrantes do comitê científico recomendaram ao governador apertar as restrições à circulação de pessoas, temendo o que está por vir, já que os efeitos das aglomerações do Carnaval recém começaram a aparecer nos hospitais e serviços de emergência.
Um dos integrantes do grupo disse à coluna que o comitê está divido entre “os apavorados e os desesperançados”. Entre médicos que trabalham na linha de frente, a percepção é de que o Rio Grande do Sul ainda não chegou “nem perto do pior”.
A manutenção da bandeira preta por pelo menos 21 dias é uma recomendação de especialistas, que consideram insuficiente o período de uma ou duas semanas de restrições e advertem que é essencial fiscalizar o cumprimento dos protocolos. Hoje, apesar da bandeira preta, a fiscalização é frouxa em dezenas de municípios gaúchos, seja por falta de fiscais, seja porque os prefeitos preferem fazer vista grossa ao desrespeito do decreto estadual.
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