As primeiras cargas do material que será usado para reconstruir a ponte de ferro entre Nova Roma do Sul e Farroupilha chegam ao município em 21 de novembro. Levada pela cheia do Rio das Antas em 4 de setembro, a estrutura era a principal ligação entre os dois municípios pela RS-448. A ponte ficará no mesmo local da que foi levada pela enchente do Rio das Antas em 4 de setembro. Além de passar pelo mesmo trajeto da ponte de ferro, a obra privada vai reproduzir o estilo da antiga construção, datada de 1930.
Segundo o presidente da Associação dos Amigos de Nova Roma do Sul, o empresário Tranquilo Tessaro, assim que o aço e demais materiais chegarem às margens do rio, a equipe de trabalhadores começará a montagem da estrutura no chão. Até o momento, a equipe realizou a terraplanagem para limpar o terreno e receber o material quando a carga chegar.
O presidente da associação aponta que cinco engenheiros acompanham os trabalhos para garantir a viabilidade técnica da obra. A previsão inicial de conclusão é entre o fim de janeiro e o início de fevereiro de 2024. Tessaro destaca que a documentação está pronta, mas pondera que o clima pode impactar o prazos de entrega.
— A parte documental, de projeto, de Anotação de Responsabilidade Técnica e dos laudos está aprovada, tudo direitinho. Agora estamos na parte de segurança do trabalho. Estamos trabalhando nas normas. Vamos dizer assim, de zero a 10, está indo muito bem. A arrecadação está indo também, já estamos aí com aproximadamente R$ 2,5 milhões arrecadados e a gente vai gastando conforme entram as doações da população.
Os pilares da ponte foram inspecionados por um engenheiro logo após a enchente. Segundo o prefeito de Nova Roma do Sul, Douglas Pasuch, as estruturas podem ser reutilizadas. Ainda segundo o prefeito, o engenheiro responsável pela inspeção garantiu que a estrutura está intacta. As cabeceiras também vão ser levantadas em mais de um metro, segundo o presidente da associação:
— Os pilares têm os laudos de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e de resistência. Está tudo certo, e vão levantar os pilares para ficar um pouco melhor.
A ponte é considerada essencial não apenas para a economia, mas para serviços básicos como saúde e educação. Sem ter hospital e com um único posto de saúde, a principal referência é o Hospital São Carlos, em Farroupilha. Hoje a única forma dos moradores saírem da cidade é pela RS-448 e pela RS-437, por Antônio Prado, e pela RS-122, em Flores da Cunha. Antes, pela ponte de ferro, os moradores percorriam cerca de 45 quilômetros para chegar em Farroupilha - trajeto de cerca de 35 minutos. Agora, por Antônio Prado, o caminho aumentou para 100 quilômetros, ampliando o tempo de deslocamento.
A intenção do grupo é que a obra se torne um ponto turístico no futuro, quando a ponte definitiva, a ser construída pelo governo do Estado, for concluída. Antes disso, a estrutura deve atender a uma necessidade importante do município: o escoamento da safra da uva, a partir do fim de janeiro.